08/06/2014 - REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES
Nas duas últimas décadas o Brasil
conseguiu diminuir a distância entre pobres e ricos. Sem dúvida, isto começou
com o Plano Real. A hiperinflação era taxa acima de 1.000% caiu para menos de
10% nos anos seguintes. Hoje por volta de 6,3% ao ano. Ainda alta, mas a
diferença e abismal. Perante isso, as pessoas receberam o seu poder de compra,
naquele ato, atualmente pouco depreciado. Claro está o fato de que os artífices
dele foram praticamente os mesmos que impingiram derrotas com o Plano Cruzado.
No entanto, o Plano Real só deu certo porque a população abraçou a causa de
acabar com a hiperinflação. Aquela que vinha da inércia e passou a ser de
expectativa. Vale dizer, deixou de ser projeção do passado de altas taxas para
ser uma imagem de menores taxas no futuro. Aliado ao Plano Real, que o PT votou
contra, mas depois abraçou a causa, tal como fez com a Constituição de 1988,
dentre outros avanços sociais como a Lei de Responsabilidade Fiscal (voltar
para avançar, está em “Duas Táticas”, de Lênin), surgiu o Programa Bolsa
Escola, bem como o reforço dos programas sociais, ampliado para o Programa
Bolsa Família.
A revista Exame, desta quinzena,
apresenta dados de que a distância entre pobres e ricos no mundo tem aumentado.
Porém, isto não é no Brasil, aconteceu o inverso, diminuiu. Entretanto, a concentração de renda teve forte
queda, do patamar de 0,6 para 0,5, do índice de Gini, aquele que, teoricamente,
mostra a total concentração na unidade e a total desconcentração em zero. A
pobreza despenca. Em 1993, 62,5 milhões de pessoas estavam abaixo da linha da
pobreza, definida como um dólar e um quarto, sendo 44% da população. Em 2012,
eram 29,4 milhões, cerca de 12% da população, segundo o IPEA. A citada revista
enumera quatro itens: “Educação – o número de jovens (22 anos de idade) com
diploma de ensino médio cresceu de 26% do total em 2001 para 39% em 2012.
Economia – o crescimento do setor de serviços aumentou a demanda por
trabalhadores pouco escolarizados. Programas Sociais – sem o Bolsa Família, a
miséria teria aumentado 36% desde 2004. Salário Mínimo – entre 1995 e 2012, o
valor do mínimo, descontada a inflação, dobrou e foi reduzida a distância entre
quem ganha o mínimo e quem está na parte décima da pirâmide social”.
Para o especialista em política
pública, Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência, citado pela citada revista: “O governo e a
iniciativa privada precisam ter sete objetivos: melhorar nossos produtos e
exportá-los mais, investir em infraestrutura, melhorar o ambiente dos negócios,
focar inovação e absorção de tecnologia, atrair investimentos, facilitar acesso
a insumos e melhorar a qualidade de nossos trabalhadores.”
O desafio reside na educação,
fator de aumento de produtividade.
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