23/06/2014 - REFORMAR A ECONOMIA




O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi senador eleito por São Paulo, chegando a perder as eleições para prefeitura paulista para Jânio Quadros, um também ex-presidente da República, que renunciou ao cargo em 1961, deixando o País em situação crítica, com a economia aos pedaços, inflação alta e grande insatisfação popular. Jânio ganhou porque FHC tinha um ar elitista e não atingiu o gosto popular nos anos de 1980. Perante o desastre que foram os 30 meses de governo Fernando Collor, que também renunciou, assumindo o vice-presidente Itamar Franco, este convidou FHC para ministro da Fazenda. Este, em tacada de mestre, comandou a equipe que elaborou o Plano Real. O Plano Real ganhou aceitação popular e caminhou no destino certo de extirpar a inflação inercial.  FHC ganhou popularidade, ganhou as eleições presidenciais e foi reeleito. O que foi o Plano Real? O marco da estabilização econômica do País. Com FHC, a economia brasileira se tornou transparente. Nova moeda, moeda forte; novo câmbio, novo controle por âncora cambial; superávit fiscal, para garantir o pagamento da dívida pública. Entretanto, oito anos de crescimento a taxa média anual de 2,3%, mais o racionamento energético de 2001, geraram insatisfações. FHC fez as reforma monetária e bancária. Não fez as demais, tais como a tributária, sindical, dentre outras. Na verdade, sofreu ataque especulativo e teve de recorrer ao FMI. Taxa baixa de crescimento, racionamento e socorro do FMI fragilizaram a continuidade da condução do seu time político.

O ex-presidente Lula foi eleito, mediante promessa de cumprir os contratos da sociedade e em severas críticas a FHC. Mas, seguiu surpreendentemente o modelo de FHC, prometendo reformas, mas não as fez. No entanto, tomou emprestado o incipiente Programa Bolsa Escola de FHC e o ampliou consideravelmente como Programa Bolsa Família. Continuando o trabalho nos espaços deixados por FHC e contando com uma economia internacional a todo vapor, estimulou imensamente o consumo, mediante maiores ganhos reais do salário mínimo e na ampliação dos outros programas sociais. Ademais, abriu o crédito em geral, principalmente para o consumo e para a construção civil. Em oito anos, obteve a taxa média de 4% do PIB anual.

A presidente Dilma recebeu de Lula o modelo esgotado. Prosseguiu com a inclusão social. Porém, prometendo em campanha política as reformas econômicas e não as fez. Resultado, o crescimento do consumo estagnou, os investidores se retraíram, o crédito em geral está em limites elevados e agora a construção civil também está estacionária. Em decorrência, a sua taxa média de crescimento do PIB é inferior a de FHC. A dela é menor do que 2%. Ela é favorita para a reeleição. No entanto, se não trouxer “algo novo”, vez que tem tomado medidas pontuais na economia e não as reformas ansiadas poderá perder as eleições. No próximo mês começam as propagandas dos candidatos. Ganhará quem apontar “algo novo” para a economia brasileira sair do atual marasmo.

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