10/06/2014 - CUSTOS DA VIOLÊNCIA DE HOMICÍDIOS E TRÂNSITO
A economia como um todo possui o
maior segmento dentro da legalidade, da normalidade, em que se procura estimar
a renda, o produto, a riqueza. Mas, possui um segundo segmento, embora legal,
mas muitas vezes sinistro. Possui ainda um terceiro segmento, ilegal, que é o
chamado mundo da marginalidade. Para todos é possível fazer o cálculo
econômico. Hoje, se evidenciará aqui dois aspectos do segundo segmento.
Os assassinatos e as mortes no
trânsito. Assim, mediante dados recentes, os homicídios no Brasil, em 2010 eram
52.000, em 2011 repetiu número próximo a 52.000, em 2012 saltou para 56.000,
este último salto foi de 7,7%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que
a violência urbana alcance 7% do PIB com este número de assassinatos. Os
acidentes de trânsito no Brasil com mortes registradas foram 44.000 em 2010,
45.000 em 2011, 46.000 em 2012, crescimento do último ano de 2,2%. Estes dados
trabalhados pela revista Exame, desta quinzena, provavelmente da OMS, estão
subestimados, consoante se verá no segundo parágrafo abaixo. No entanto, o que
se quer aqui neste primeiro é mostrar um valor mínimo estimado de custos
admitido por autoridades no assunto. Assim adicionalmente, segundo um estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) o custo dos acidentes fatais
corresponde a 5% do PIB. Tomando referidos percentuais de 5% mais 7%, igual a
12%, projetados para 2013 representariam R$580 bilhões, valor da perda comparável
ao PIB de países como Chile ou Egito. Em outra visão, a cada mês falecem 9.100
brasileiros assassinados ou no trânsito. É o dobro das vítimas da guerra civil
na Síria, onde governo e rebeldes lutam entre si desde março de 2.011,
ocasionando por volta de 4.200 mortes por mês.
Conforme a Federação Nacional de
Seguros (FENASEG), a quantidade de sinistros pagos no Brasil por mortes pelo
convênio DPVAT, citado na Apostila para o Curso de Formação de Condutores,
publicado pela Brasil Trânsito Editora, Curitiba, 2013, no ano de 2012,
alcançou 60.752 vidas, 32% a mais do que o último dado da OMS. Quer dizer o
assunto é mais grave do que o contemplado pela OMS. Pior, existiram dois anos
anteriores com sinistros maiores do que 2012. Em 2006 foram 63.776 e em 2007
foram 66.838 mortes. Porém, o mais grave é que em 2001 os sinistros pagos por
mortes eram de 36.521. Quer dizer, por volta de dez anos dobraram. A seguir, as
estatísticas fornecidas pela FENASEG para quem quiser se aprofundar no assunto.
Em 2001, 36.521; em 2002, 37.018; em 2003, 34.735; em 2004, 34.591; em 2005,
53.921; em 2006, 63.776; em 2007, 66.838; em 2008, 57.116; em 2009, 53.052; em
2010, 50.780; em 2011, 58.134; em 2012, 60.752 mortes no trânsito.
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