26/06/2014 - EMPREGO EM SINAL FRACO


No início desta Copa do Mundo de Futebol a Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou que a referida Copa, em balanço prévio, utilizando dados do ministério do Trabalho, gerará um milhão de empregos, sendo 710 mil permanentes, além de que o evento movimentará R$6,7 bilhões, fora os investimentos em infraestrutura. A expectativa governamental é de que os ganhos brasileiros serão maiores do que os da África do Sul, que sediou o último mundial, que informou que eles representaram um acréscimo de 1% do PIB. Observado este número, há um empate com as previsões de elevação por volta de 1% do PIB feita por cerca de 100 economistas credenciados pelo Banco Central, em sua pesquisa semanal denominada boletim Focus. Isto equivale a dizer que a economia brasileira poderá não ter crescimento neste ano, podendo até ingressar na faixa de recessão, visto que o citado boletim praticamente a cada semana mostra recuo nas perspectivas do PIB. Ademais, nos últimos dias, o ex-presidente Lula tem feito recomendações de que a campanha de reeleição não deveria debater o crescimento do PIB, mas os avanços da inclusão social que efetiva os governos do PT. O fato é que o impacto da Copa na economia é progressivo. Segundo o professor Lamartine da Costa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em declarações ao jornal Estado de São Paulo: “Apenas agora estão quantificados os ganhos da Olimpíada em Barcelona, de 1992”.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do ministério do Trabalho, divulgados ontem, registrou em maio 58.836 novas vagas de emprego, o pior saldo para o referido mês, desde 1992. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 18,32% na geração de postos de trabalho. Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, que esperava a geração de 100 mil empregos em maio, o resultado foi influenciado pela queda nas contratações da indústria, cujo pessimismo impactou as expectativas dos empresários. Conforme ainda ele, os empregos da Copa foram antecipados para fevereiro e não se refletiram em maio. Porém, o tombo de maio parece que se repetirá em junho. Prévia deste mês do Índice de Confiança da Indústria, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, aponta recuo de 3,4%, que não acredita em uma virada neste ano.

A campanha eleitoral começa no próximo mês. Porém, o ex-presidente Lula participou de evento no dia 24 deste mês, promovido pela Eurocâmaras e a Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo, fazendo defesa da presidente Dilma, procurando retomar a confiança do empresariado e afirmando que o governo Dilma estaria gerando 5 milhões de empregos. Boa notícia, mas também parece que os empregos gerados não estão elevando a produtividade da economia. Pelo sim, pelo não, o que é urgente é retomar um melhor nível de crescimento.

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