03/06/2014 - BRASIL DAS COPAS
O único país que participou de
todas as Copas do Mundo de Futebol é o Brasil. Porém, em tantos eventos, de
quatro em quatro anos, sediou o primeiro em 1950 e o segundo será agora, neste
junho de 2014. Os 64 anos que separam as duas Copas demonstram uma nação que
mudou de maneira profunda, deixando de ser um país pobre para ser um país
emergente. A renda per capita de 1950 era inferior a US$3 mil, sendo hoje
superior a US$11 mil. Naquele patamar de 1950 era de renda de país pobre, no
patamar de agora é o de país de renda média. O Brasil há 64 anos era basicamente agrário
exportador, de uma indústria retardatária e um setor de serviços acanhado. Na
atualidade, o setor primário tem um forte segmento de agronegócios, de elevada
produtividade. A agropecuária compõe atualmente 30% do PIB. O setor industrial
cresceu bastante, com um segmento forte de grandes indústrias, mas também
sofrendo por ter um segmento não muito competitivo, devido principalmente a um
câmbio muito apreciado. A sua participação no PIB é de 16%. O setor de serviços
representa 54% do PIB, próximo do percentual dos países avançados, dando claros exemplos de eficiência, principalmente no
segmento financeiro.
A taxa de urbanização se situava
em 34%. Atualmente, vivem nas cidades 85% da população. Naquela época quase
metade dos habitantes era analfabeta, hoje praticamente todas as crianças
brasileiras estão nas escolas. A mortalidade infantil em 1950 era de 135
crianças mortas de até um ano de idade a cada 1.000 nascidos vivos. Hoje o
número é de 12 por 1.000. O número de municípios em 1950 era de 1.889. Em 2014
é de 5.565 municípios. A população em 1950 era de 51,9 milhões. Agora está em
200 milhões de habitantes. A expectativa de vida alcançava 52,3 anos em 1950.
Em 2014 está em 74,6 anos. A taxa de fecundidade, que é o numero médio de
filhos por mulher, alcançava em 1950 6,2. Em 2013 é de 1,6 filhos. Enfim, houve
profundas mudanças sociais.
O que não mudou foi a sufocante
burocracia, o superfaturamento de obras públicas, a forma de como o País gasta
recursos públicos, gerencia obras de grande porte e se prepara para eventos
tais como a Olimpíadas e a Copa do Mundo. Naquela época, como agora, as obras
estão ainda atrasadas, há improvisos nos estádios, aeroportos e existe, como
naquela época existiu muita crítica pelo uso de dinheiro público para
construção de estádios. Naquele tempo, como agora, existe muito questionamento
se melhor não seria usar os recursos da Copa para a construção e aquisição de equipamentos
hospitalares, escolas, em segurança, saneamento. Afinal, muitos bilhões de
reais foram aplicados em doze estádios, três dos quais não tem lógica, visto
que não têm público para sustentá-los, em Brasília, Cuiabá e Manaus.
Enfim, repetiu-se em 2014, o que
ocorreu em 1950, perdeu-se metade do tempo de preparação para iniciar as obras
nos estádios. Dessa forma, como em 1950, o estádio de abertura só ficou
faltando poucos dias para a partida inicial. Daqui a nove dias começa a Copa. O
balanço final será então conhecido no final deste mês.
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