11/06/2014 - CONSUMO APARENTE DO MAQUINÁRIO




O consumo aparente é o dispêndio com a produção nacional, mais importações, menos importações. Geralmente, o consumo se refere ao gasto em bens que desaparecem no seu uso. Porém, quem consome máquinas e equipamentos são os produtores, que as usam até o seu descarte final como sucata Logo, este tipo de dispêndio, na verdade, trata-se de Investimento Bruto ou Formação Bruta de Capital Fixo. No caso brasileiro, ele está hoje por volta de 18% do PIB. Um raciocínio simples, se a depreciação do estoque do capital for de 10%, bem como se admitindo que a cada 3% de inversão bruta se demoram em torno de três anos para reproduzir-se um novo item de consumo, a obtenção do PIB potencial estaria, portanto, hoje menor do que 3% (ou seja, 2,67%). Mas, foi o nível de 3% de potência que se apresentou para FHC, cujo governo cresceu em média anual de 2,3% em oito anos. Logo, mediante existência de capacidade ociosa, de estímulo ao consumo e de estímulo ao crédito, Lula alargou o referido potencial e seu governo cravou 4% de crescimento em média anual nos seus oito anos. Dilma encontrou a capacidade produtiva bem utilizada e o crédito em seu limite, havendo no seu governo freios nos investimentos brutos e o desempenho econômico inferior em média a 2% anuais. Até que em 2011 o investimento bruto se manteve e a economia cresceu 2,7%. Porém, em 2012, o investimento recuou 2,7% e o PIB cravou 1%. Em 2013, a indústria de maquinário se reduziu em 5,7%, o PIB cresceu 2,3%, agora revisto para 2,5%. Claro, a redução da indústria de equipamentos não contrai automaticamente o PIB, nem na mesma proporção. É só lembrar que os supostos acima foram de depreciação de 10% e investimento reproduzindo bens em três anos. Relembre-se que em 2010 o investimento chegou a 19% e a economia cresceu 7,5%, mas não se sustentando, dado que o investimento de 19% ainda era baixo. Para manter-se o PIB acima de 5% ao ano, o investimento bruto teria de ser entre 20% a 25%.

Agora, uma notícia que não é boa para a atual equipe econômica, é que o investimento bruto continua recuando, já há três anos. Segundo o IBGE, nos quatro primeiros meses do ano, o faturamento interno do segmento de bens de capital caiu 20%, em relação ao mesmo período de 2013, ao tempo em que as importações encolheram 5% (Lembrar que a indústria de maquinário recuou no ano passado 5,7%). Isto significa que os produtores compraram menos máquinas no País e lá fora. Conforme a Associação Brasileira de Indústrias de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a utilização do parque industrial está em 75% neste ano, abaixo até do ano recessivo que foi 2009, de 80%. A previsão desta semana do informativo FOCUS, do Banco Central, aponta para PIB de 1,4% em 2014 e de 1,8% em 2015. Enfim, o cenário atual é de prospectar um PIB em torno de 1% em 2014 e de que o ano que vem será também de grandes dificuldades, com desempenho inferior a 2%. Isto, coligindo dados coletados principalmente pelos órgãos oficiais.

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