30/12/2013 - CRÉDITO SUBSIDIADO


 

O governo federal historicamente subsidia o crédito empresarial. Justamente aqueles que menos precisam são os que o recebem. O setor primário recebe subsídios há séculos, além de contar com renegociação de dívidas todo ano. O setor secundário recebe dinheiro do BNDES, justamente as maiores empresas, à taxa de juros de longo prazo de 5% ao ano. O setor terciário praticamente tem pouco subsídio, somente da área do semiárido nordestino, via Banco do Nordeste, que é outro banco oficial que vive subsidiando diferentes formas de capital.
A expansão do crédito subsidiado no País preocupa o Banco Central, visto que a multiplicação monetária é inflacionária, ainda mais a barata. Mediante o aumento do chamado crédito direcionado, o BC não interfere em 44% dos financiamentos do País, aqueles de taxa de juros menor do que a SELIC, hoje de 10% anuais. Representam tais recursos R$1,16 trilhão em circulação e estão imunes à principal autoridade monetária.
A eficácia da política monetária se vê constrangida, na medida em que a autoridade monetária não interfere no uso do crédito direcionado. Em razão disso, a inflação não sai da casa acima de 5%. Para este ano se espera 5,8% e para o próximo ano se projeta 5,7% a 6%, através da consulta que faz o BC a cerca de 100 analistas financeiros credenciados. Na esteira de más notícias, as projeções deles é de que a economia brasileira poderá crescer menos em 2014, menor ou perto de 2%. As ameaças externas à redução da nota brasileira pelas agências internacionais de risco, traria grande desvalorização monetária, além de um perfil de crédito mais caro, incompatível com a política de juros subsidiado.
Em suma, se o governo insistir com estímulos fiscais irá recolher menor crescimento. O que ele precisa é acelerar as parcerias público-privadas e criar condições de maior investimento bruto no País.

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