07/01/2014 - BANQUEIROS INTERNACIONAIS
Artigo publicado ontem pelo
Estadão Conteúdo, sucursal de Londres, do jornal Estado de São Paulo, reflete
sobre as opiniões de alguns banqueiros internacionais com negócios no Brasil,
acerca da próxima eleição presidencial. Antes de examiná-las, elas são um
indício de que os capitais internacionais se antecipam ao que querem do próximo
presidente a ser eleito, em outubro, de forma semelhante à união de forças
capitalistas que obrigaram ao ex-presidente Lula a novos compromissos, antes da
eleição de outubro de 2002, episódio que ficou conhecido como “Carta aos
Brasileiros”, na qual Lula afirma que, a despeito do que vinha enfaticamente se
referido, desde 1979, de realizar uma auditoria na dívida pública, mas quando
no poder, passaria a “respeitar os contratos”, no caso de ser eleito. Foi
eleito e foi tão ortodoxo na economia como FHC. Nunca banqueiros, empreiteiras
e muitos outros capitalistas ganharam tanto, vendo o topo da pirâmide, ao tempo
em que reforçou os programas sociais, na base da pirâmide, que hoje beneficiam
cerca de 14 milhões de famílias, ou seja, 50 milhões de brasileiros. Ao par
disto, a economia internacional lhe foi enormemente favorável. É inegável que a
economia ficou menos desigual. Assim, sua candidata Dilma foi eleita. Porém,
mesmo seguindo o ex-presidente Lula, nas linhas gerais, não realizou as
reformas econômicas prometidas, cresceu a máquina pública, criou novas estatais
e não atraiu maiores investimentos. Como resultado a economia brasileira
patinou e está a três anos estagnada.
O pronunciamento do Deutsche Bank,
conforme fonte acima citada é de que “uma reeleição da presidente Dilma Rousseff
traria a continuidade, ainda que com alguns ajustes”. Isto é, mudaria pouco. O
Morgan Stanley, banco americano, refere-se que o Brasil já emitiu alguns sinais
“de ortodoxia”, indo no mesmo sentido do banco alemão, de uma leve mudança.
Entretanto, ambos declararam que a oposição faria as reformas econômicas, em
seus relatórios mais recentes. O Banco of America Merril Lynch também concorda:
“Uma vitória da oposição provavelmente resultaria em uma melhor gestão e
implantação de reformas mais aceleradas”, também em seu relatório. Já a
consultoria PwC, uma das maiores do mundo, refere-se a que o novo presidente
“Vai agir com mais força para ajustes mais significativos de política
econômica. Esse será o caso independentemente de quem ganhe, mas um candidato
de oposição seria mais favorável para enfrentar esses desafios de forma mais
assertiva”, conforme pinçado pelo referido jornal.
Está claro que as opiniões deles
são públicas e estão convictos que um dos dois candidatos da oposição, Eduardo
Campos ou Aécio Neves, poderia trazer resultados melhores do que aqueles, pelo
menos revelados até agora, pela presidente, a não ser que ela mude e, eles
estão dizendo que querem que sim, restando saber se a atual gestão poderá
ganhar mesmo assim com fortes forças contrárias. Claro, só daqui a dez meses o
quadro estará fechado.
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