08/01/2014 - BOLETIM FOCUS
Criado pelo Banco Central há
alguns anos, para semanalmente dar informações abalizadas, visto que seus
técnicos consultam cerca de 100 dos mais respeitados consultores financeiros, o
boletim Focus apresenta conclusões e projeções quase sempre contrárias às
previsões da equipe econômica do ministério da Fazenda. A ironia é que o
Conselho Monetário Nacional, órgão máximo de política econômica, desde quando
foi criado em 1964, é composto pelo ministério da Fazenda, pelo ministério do
Planejamento e pelo Banco Central, os quais na democracia não deverão fraudar
os dados econômicos como ocorreu no período ditatorial (1964-1984). O estranho
é que, mesmo sabendo das projeções nada boas, semanalmente, eles não mudam o
quadro geral, fazendo as reformas econômicas prometidas, em campanha eleitoral,
das quais são reclamadas até nas ruas, consoante aconteceram em junho passado.
O mercado financeiro consultado iniciou 2014
com projeções mais conservadoras para o desempenho da economia de crescimento
abaixo das previsões iniciais do governo federal. Também, pela primeira vez, a
expectativa do incremento do PIB ficou abaixo de 2%. Isto é, o mercado
financeiro projeta 1,95% de aumento do PIB. Houve também revisão da perspectiva
do fechamento do ano de 2013, de 2,30%, para 2,28%. Dessa forma, a previsão
atual é bastante inferior a de ano atrás, pensada em 3,28%, um ponto percentual
a menos, mas significa 30% menos de 3,28% para 2,28%. O pessimismo também se
reflete na taxa básica de juros, a taxa SELIC, que está em 10%, projetada para
10,5%, no final de 2014. O incômodo é maior porque é também esperada maior
desvalorização do dólar, o que implicará em inflação elevada e não em queda
dela. Portanto, a piora dos fundamentos da economia, altera negativamente as
expectativas.
Dessa forma, a bolsa de valores
brasileira, semelhante às bolsas mundiais, as quais precificam o futuro, isto
é, elas antecipam o resultado econômico futuro, começou o ano em queda, o que
quer dizer que até agora se espera um resultado fraco em 2014.
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