02/01/2014 - PRODUÇÃO DA CÂMARA


 

A Câmara de Deputados aprovou 32 projetos de lei em 2013, em contraste com 73 projetos de 2012, bem menos do que a metade. Foram quatro meses de pauta trancada por urgências constitucionais, também chamadas de Medidas Provisórias (MPs). Quer dizer, o que seria urgência passou a ser banal. Conforme a Constituição, matérias que tenham urgência atribuída pelo governo precisam ser analisadas em 45 dias, sob pena de trancamento da pauta, quando os parlamentares só podem analisar proposições como emendas à Constituição e projetos de decreto legislativo. Como exemplo, o projeto governamental do novo código da mineração, enviado no final de junho, obstruiu os trabalhos do plenário de 4 de agosto a 23 de setembro, tendo o governo aceitado revogar a urgência, mas até hoje não foi aprovado. Em seguida, outro projeto do marco civil da internet teve caráter prioritário em setembro. Novamente, a falta de consenso entre os dois maiores partidos, PT e PMDB, colocou a votação para o ano que vem. O Legislativo argumenta que a União tranca a pauta para não ver votados projetos indesejados. O Executivo argumenta que o Legislativo não respeita prazos acordados.
Na verdade, a tensão eleitoral tem influenciado as votações do Congresso. Nenhum pacto dos cinco propostos pela presidente Dilma foram aprovados. O projeto referente às finanças municipais ou estaduais, mantem os debates em alta tensão, principalmente porque muitos governadores são candidatos à reeleição. Os textos alteram os indexadores de dívidas, aludindo a retroatividade dos novos indicadores, tendo como principal efeito uma flexibilização fiscal dos Estados. Isto é, as alterações nas finanças públicas estaduais implicam em elevar o endividamento, sendo o governo federal contra o projeto e tenta evitar a votação, mediante o acionamento das suas lideranças. Em outras palavras, os pleiteantes advogam nova capacidade de financiamento e investimento.
Em resumo, o ano de 2014 já promete ser mais difícil ainda, face às eleições majoritárias, planejadas para outubro.

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