22/01/2014 - MILAGRE DO EMPREGO
Na década de 1970, o Brasil
conheceu as maiores taxas de crescimento do PIB da sua história, em período
longo de média anual superior a 10% e de 14% no ano de 1973 (isto mesmo, sendo
surpresa para aqueles que não conheceram aquele tempo e hoje passam mais de
três anos de PIB crescendo por volta de 2%). Naquela época, passava-se por uma
forte ditadura militar, que durou 21 anos, tendo atraído farto ingresso de
capitais estrangeiros flutuantes no mundo, disponíveis pelo excesso monetário,
em razão de gastos da recuperação da segunda guerra mundial, do fim da guerra
da Coréia e do fim da guerra do Vietnam. Outrossim, praticou-se forte arrocho
salarial, o que contribuiu para a maior concentração de renda da história.
Chamaram os militares ao crescimento referido de “milagre brasileiro” e os seus
críticos, em face ao arrocho de salários, à reconcentração de renda e exclusão
social.
Ontem, o ministério do Trabalho
divulgou que o Brasil criou em 2013 o pior resultado na criação líquida de
empregos, de 1,117 milhão, quando se previa cria mais de 1,4 milhão, desde
2003. Então, veio o ministro do Trabalho, deputado Manoel Dias, a declarar que:
“Aí está o milagre brasileiro, o mundo todo está querendo saber como nós
conseguimos, em paralelo a toda essa crise, gerar empregos ... Neste ano (2013)
não houve crescimento alto e geramos emprego ... A inflação está sob controle
no Brasil. Por isso, não deixamos de gerar emprego ... O governo tem controle
da inflação”.
Em primeiro lugar, o “milagre” é
a enganação revivida agora no sistema democrático. Em segundo lugar, os grandes
países emergentes estão gerando mais emprego do que o Brasil. Por exemplo, é
esperado para a China crescimento de 7,7%, mais vários milhões de empregos
líquidos criados, enquanto aqui, espera-se por volta de 2%, com pouco mais de
um milhão de empregos. Em terceiro lugar, a inflação não está sobre controle,
está nos últimos três anos querendo estourar da casa de 6%. Em quarto lugar, os
países ricos não estão gerando tantos empregos, mas estão elevando a sua
produtividade e se recuperando da crise, enquanto aqui, não somente o PIB está
praticamente estagnado como a produtividade da economia.
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