30/07/2013 - DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL
A tendência da moeda brasileira é
de desvalorizar-se nos próximos anos, isto porque a economia americana está em
processo de recuperação, valorizando a sua moeda pelo resto do mundo, bem como a
inflação brasileira é maior do que a inflação em dólar ou em euro e o saldo da
balança comercial têm diminuído sensivelmente. Quer dizer, este último fator,
quando se fortalecia por expressivos saldos comerciais, foi decisivo para
manter mais de dez anos com o real valorizado. Não obstante haja cerca de
US$370 bilhões de reservas externas, a tendência é de que tal colchão irá
diminuir, em face de crescentes saldos negativos das contas externas. O
superávit externo atingiu 2% do PIB em 2005. Porém, desde 2008, em razão da
crise internacional iminente, o superávit foi superado, havendo hoje um déficit
externo por volta de 3% do PIB.
O câmbio valorizado contribuiu
por cerca de dez anos de baixa taxa inflacionária. Houve um sucateamento de
parte do parque industrial, cujo setor já contribuiu por mais de 17% do PIB e
hoje está em 13% do PIB. Pela relação real-dólar apreciado o PIB brasileiro
chegou a situar-se em 6º lugar. Os fracos desempenhos da economia nestes mais
de dois anos colocou o PIB em sétimo lugar. Com a referida correção de preços
relativos, ficou mais difícil elevar o produto, até porque a taxa de
investimento bruto da economia está abaixo de 20% do PIB.
Nos oito anos do ex-presidente
FHC e em igual período do governo de Lula, o real se comportou bem valorizado
em sua trajetória. Em 2,5 anos da presidente Dilma, a moeda nacional ainda está
valorizada, não obstante ter havido recente correção dos termos de troca. O
fato é que a primeira década deste século trouxe uma demanda expressiva para as
matérias primas de exportação nacional. Porém, já houve ajustes e os resultados
comerciais deixaram de ser tão expressivos. Agora, a desvalorização do real
propiciará uma recuperação do setor industrial, mas provavelmente levará uma
queda da renda real das famílias brasileiras.
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