27/08/2013 - MINICRISE
Veio ontem a público o Ministro
da Fazenda, Guido Mantega, falando aos empresários em São Paulo, que a economia
do País é “sólida”. Para ele, o Brasil passa por um período de “minicrise” decorrente
das expectativas mundiais, relativo à anunciada retirada de estímulos
monetários do Banco Central dos Estados Unidos, no valor mensal de US$85
bilhões. A resposta dada aqui foi à valorização do dólar, por volta de 20%. Por
fim, declarou que a taxa de crescimento do PIB neste ano será de 2,5% e no
próximo exercício de 4%. Na verdade, o ministro tem feito previsões que não se
confirmam e o problema do País como um todo é que o governo da presidente Dilma
tem recebido uma série de questionamentos. Os empresários reclamam da falta de
interlocução e da ausência de lideranças expressivas nos ministérios. Por seu
turno, o governo diz que discorda de suas propostas. As relações entre as
partes nunca estiveram tão estremecidas.
O pacote de reclamações e
iniciativas está travando os investimentos e resvalam na burocracia. A política
econômica vive momentos de incertezas, em face da referida alta do dólar. O
governo exerce controle excessivo das taxas de retorno das empresas privadas
nos programas de concessões públicas. Os interlocutores demoram em responder as
reivindicações. As agendas dos ministros estão congestionadas, em razão da
campanha eleitoral antecipada de 2014. A frustrante alta do PIB compromete o
crescimento e nenhuma alternativa tem
sido proposta, isto é, planejamento estratégico, que, na verdade, não existe. A
incerteza política na relação do governo com o Congresso prejudica a discussão
sobre projetos de interesse dos setores produtivos. Enfim, percebe-se uma
apatia nacional. Mesmo tendo procurado conversar com os poderes constituídos, a
presidente Dilma não conseguiu ainda reverter às expectativas negativas. Apenas na semana passada, Lula manteve quatro
encontros com donos de empresas de grande porte. O ex-presidente tem feito
contatos com empresários para aproximá-los do governo.
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