29/08/2013 - BANCOS COMUNITÁRIOS




O sistema bancário tem o poder de criar moeda. A moeda original brasileira é o REAL, feito pela Casa da Moeda, entregue ao Tesouro Nacional, regulamentado o seu uso pelo Banco Central (BC). O dinheiro em circulação tem velocidade infinita, ao ingressar nos bancos, se não controlado pelo BC, que o faz mediante vários instrumentos, tais como depósitos compulsórios, definição dos juros básicos da economia e disciplinas quanto ao crédito bancário. Assim, o BC estabelece a base monetária (MO=M zero) do País e exerce suas funções nos quatro meios de pagamentos (M1, M2, M3, M4). O Banco Central dos Estados Unidos é tão poderoso que, ele pode aumentar ou reduzir cerca de 80% do dinheiro mundial, fazendo com isso estímulos ou restrições ao crescimento econômico. Os estímulos são de quando as expectativas estão recessivas. As restrições, quando a economia está muito aquecida, com fortes pressões inflacionárias. Sim, porque o excesso de dinheiro, em relação à produção, traz o inchaço econômico (excesso de inflação), que se traduz em aumentos generalizados de preços. No Brasil, o Banco Central é muito importante, tem nível de ministério executivo federal. Sendo assim, o BC tem que ser independente do executivo, para ser técnico. Interferências no seu papel prejudicam o sistema econômico. Ontem mesmo, o BC elevou a taxa básica de juros (a SELIC), para 9% ao ano, visando reduzir pressões inflacionárias.  

Em uma Nação com 5.565 municípios, por volta de 60% da população tem dificuldades de acesso ao crédito. Daí surgiram até agora 103 bancos comunitários, que emitem cupons, substituindo o REAL e o cartão de crédito. Referidos cupons são como se fossem títulos de crédito, que dão descontos no comércio, aceitos pelos pequenos comerciantes e de juros módicos. Citadas moedas paralelas ao REAL, haja vista que são comparadas a ele e lhe tem paridade, à semelhança da cotação do dólar, sem que lhe passe a influência internacional. O impacto dessas moedas dinamizam os negócios e facilitam as trocas. O próprio sistema bancário federal auxilia aos bancos comunitários, a exemplo da Caixa Econômica Federal, com fornecimento de crédito na moeda real. A expectativa do Ministério do Trabalho, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária, é de que até 2015 existam cerca de 500 bancos comunitários, hoje beneficiando 1,1 milhão e naquela data futura 2 milhões de brasileiros.

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