10/08/2013 - CICLOS DE RENDA
Não se sabe o futuro. Logo, não
se sabe o ciclo econômico. Porém, tanto para o futuro como para o ciclo
econômico é possível extrapolar uma tendência. Desde os anos de 1970 que a
Organização das Nações Unidas (ONU), Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) calcula anualmente o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH). Pelo menos, na última década, tem-se acrescentado o cálculo do referido
indicador para todos os municípios da Terra, passando este a ser IDHM, mas compreendendo
um período muito maior do que um ano, tal como aconteceu na semana passada, relativo
ao período de tempo de 1991 a 2010.
A revista Isto é, datada de
07-08-2013, assim se refere sobre a citada divulgação: “Tanto no campo da
longevidade da sua população como no nível de renda e de educação, o País deu
um salto exponencial nesses 20 anos de análise e apresentou claros sinais de
melhoria de qualidade de vida. O brasileiro está vivendo mais e melhor, com
queda da taxa de mortalidade, evolução dos indicadores de ensino e redução da
desigualdade social. Em números esses avanços são consideráveis. Para se ter
uma ideia, o percentual de municípios com o IDHM classificado como ‘muito
baixo’, a pior categoria, despencou de 86%, em 1991, para 0,6% ao final de duas
décadas. Há no período uma combinação estimulante de estabilidade econômica e
controle da inflação, consagradas durante os dois mandatos de Fernando Henrique
Cardoso, com incremento dos gastos na área social, marca dos governos
subsequentes de Lula”.
Nos anos de 1970, a renda per
capita dobrou em seis anos, o que se chamou de ‘milagre brasileiro’. Mas,
conforme Opinião Econômica da Folha de São Paulo, de Mendonça de Barros: “Em
1979, último ano do milagre econômico do militares, a renda real anual era de
R$7.464. Em 1993, fim do período em que tivemos uma hiperinflação histórica, o
brasileiro médio ganhava anualmente apenas R$5.016. Ou seja, uma queda de mais
de 30% em 14 anos... o brasileiro empobreceu em média mais de 2% ao ano. Em
2010, 17 anos depois, esse número atingiu R$10.884. Um aumento de mais de 100%
no período”. As rendas citadas são as atualizadas por Mendonça conforme a
variação do dólar.
Três ponderações. A primeira,
dobrar renda em 6 anos somente ocorreu durante o chamado ‘milagre’, haja vista
que levou 17 anos para dobrar de novo. A segunda coisa, abstraindo que houve o
período tão ruim de 1979 a 1993, de empobrecimento, a recuperação da renda real
de R$7.464, em 1979, para R$10.884, em 2010, revela incremento de 45%, bem
menos da metade do que se refere Mendonça, mas nem por isso não se deve
ressaltar o progresso existente, porém de forma mais lenta do que a que se
precisaria para alcançar o desenvolvimento. A terceira, os dados do crescimento
do governo da presidente Dilma estão indicando que o ciclo econômico ingressou
em fase descendente, após 17 anos. Por isso, é muito importante que se faça
logo a tendência a reverter-se.
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