23/08/2013 - INSEGURANÇA ECONÔMICA
Pela sexta vez neste ano, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio ao público, ontem, informar que o PIB
deste ano crescerá 2,5%. Começou o ano, falando em 4%, a taxa média da era
Lula, agora, no final de agosto, fez a referida previsão que, de otimista
demais, que ele sempre é, fazendo o mercado acreditar em taxa menor, por volta
de 2%, mas há quem preveja que continuará a estagnação. Isto é, a taxa de
incremento do PIB será praticamente igual ao crescimento populacional, em torno
de 1%. O problema de quase todo mês o citado ministro vir a público, em
contrário a sua projeção anterior da economia, prevendo piores notícias, está
deixando os agentes econômicos inseguros. Duas conclusões se ressaem: 1ª) a
taxa média do governo de Dilma tende a ser pior do que aquela obtida pela era
FHC, de oito anos, que cravou 2,3%, em termos médios; 2ª) em razão da
desvalorização do real por volta de 20%, até agora, o PIB brasileiro que está
em sétimo lugar, tenderá a ser o oitavo do mundo. Quem era sexto, cair para
sétimo, no último ano, já que tinha crescido apenas 0,9% em 2012, agora recuar
provavelmente para oitavo, representa uma regressão, perante a comunidade local
e internacional. Assim, também está em risco à reeleição da presidente Dilma.
Como é conhecida a economia é o principal propulsor da eleição.
Visando não deixar o dólar subir
mais ainda, o citado ministro afirmou que o Banco Central irá mais fortemente
ingressar, vendendo dólares, prometendo comprar no futuro próximo, todos os
dias da semana, do seu estoque de US$375 bilhões, colchão que realizou em dez
anos. No curto prazo, isto poderá conter o dólar por volta de R$2,40, ou, até
recuar um pouco. No longo prazo, ele tenderá a R$3,00, visando o realismo da
taxa cambial.
Sem dúvida, a pressão da alta do
dólar gerará mais inflação ou não permitirá que ela baixe de 6% ao ano. Perante
isto, a taxa de juros básica da economia tem espaço para crescer até 9,5%,
segundo alguns analistas consultados semanalmente pelo Banco Central,
objetivando não deixar a inflação disparar. Logo, a tendência é do crescimento
continuar sendo pequeno, os salários reais médios já recuaram e poderão por
algum tempo deixarem de crescer.
O irônico do que está acontecendo
agora é que, uma onda monetária, que vinha sendo produzida de recompra mensal
de US$85 bilhões de títulos americanos, pelo seu Banco Central (FED), que vinha
se repetindo desde 2009, procurando reativar a economia dos países avançados,
referida compra poderá ser brecada a partir de setembro, conforme declarou o
FED. Menos dólares, eles se tornam mais caro em todo o mundo e países como o
Brasil perderam também o espaço de crescer, mediante política cambial, tendo
agora de reforçar os investimentos, senão não obterá melhores taxas de
crescimento econômico.
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