08/08/2013 - PESO DO GOVERNO




Comparar variáveis macroeconômicas tem o melhor sentido quando se refere ao PIB. Assim, é por demais conhecido que o crescimento econômico sustentável, vale dizer, em taxas maiores do que 4% ao ano, somente são obtidas com alta taxa de poupança. Ditos de outra forma, por extensa literatura, nos últimos 50 anos, 13 países são identificados como de renda elevada, acima de US$16 mil, dentre eles, os maiores destaques são o Japão e a Coréia do Sul, com rendas acima de US$30 mil. Por exemplo, os Estados Unidos, a maior economia do mundo, possui renda média acima de US$50 mil.  Países ditos emergentes possuem renda entre US$3 mil a US$16 mil dólares. Países pobres estão com renda abaixo de US$3 mil. Lógico, países ricos ou que estão nessa direção, acima de US$16 mil. Desde os anos de 1960, países como Brasil, México, China, África do Sul, Indonésia, dentre outros, encontram-se entravados na faixa dos países emergentes, porque não conseguem sair da chamada “armadilha da renda média”. Quer dizer, não conseguem o progresso para serem ricos.

No caso brasileiro, em que o consumo das famílias é de 62% do PIB, muito semelhante aos países da sua faixa, mas aqui é baixa a poupança, de 15% do PIB, precisando complementar com mais 3% de poupança externa, nos dias atuais, mas sem conseguir destravar o crescimento medíocre dos três últimos anos. O que é problemático no Brasil é justamente que o peso do governo no PIB, excessivo, de 21%, não lhe permitindo ampliar o investimento público, além de 1% do PIB, o qual é muito inexpressivo, para garantir taxas sustentadas de crescimento econômico.

Além do mais, o Brasil tem um grande entrave, não comum entre os países da sua faixa de emergente, do seu orçamento público anual, 47% estão comprometidos com os pagamentos dos juros da dívida pública. Como o governo federal não consegue reverter tal quadro, isto é, não quer reduzir a sua máquina, tampouco, consegue captar mais de recursos para inversões. Analistas do mercado financeiro, que, no início do ano até acreditaram na previsão governamental de 4%, vieram baixando suas expectativas, paulatinamente, muitos hoje já acreditam que o crescimento será tão medíocre, semelhante ao 0,9% do ano passado. 

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