29/05/2012 - ORÇAMENTO DAS FAMILIAS
O IBGE realiza como de praxe, a
Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF). O principal resultado, nesta semana relembrada,
refere-se a que 14,1 milhões de famílias comprometeram mais de 30% da renda
mensal com dívidas em 2010. O conjunto em si, reúne cerca de um quarto dos
brasileiros, aproximadamente atingem, direta e indiretamente, 50 milhões de
pessoas. No Brasil existe também uma praxe de considerar tal nível de
endividamento como de famílias “com a corda no pescoço”. Aquelas que se vêm
obrigadas a reduzir o padrão de vida, de renegociar as dívidas ou dar o calote.
Historicamente, as pessoas de baixa renda e de renda média são aquelas que mais
comprometem seus orçamentos. Por isso mesmo, sempre foram mais vulneráveis. Tal
situação difere, em muito, com os países desenvolvidos do mundo, cujo
endividamento, na maioria dos casos ultrapassa os 100% da sua renda pessoal.
Porém, lá a renda média deles é, no mínimo, quatro vezes maior do que a do
brasileiro médio.
As famílias muito endividadas
estão 5,8 milhões na classe C; 6,6 milhões de famílias das classes D e E. Isto
é, um conjunto de praticamente 49,6 milhões de cidadãos, considerando uma
família com 4 membros. A facilidade do crédito para eles foi de encontro a uma
demanda reprimida. Em face dela, referidas pessoas nem sempre fazem cálculos
das taxas de juros, extremamente elevadas para o crédito de consumo.
A consultoria MB Associados, cujo
porta voz tem sido José Roberto Mendonça de Barros, que já foi Secretario
Executivo do Ministério da Fazenda (o segundo lugar na hierarquia), pronuncio-se
sobre o pacote governamental de estímulo ao consumo, feito recentemente, cujos
reflexos estão muito limitados: “É um número grande de famílias que
ultrapassaram o limite, por isso o nó no mercado de crédito”. Principalmente,
nos últimos cinco anos, a expansão do crédito, com o ingresso de novos
consumidores, elevou consideravelmente o consumo das famílias, hoje por volta
de 60% do PIB. Porém, desde 2011, o ritmo consumista esfriou, ao tempo em que
crescia a inadimplência. Dados da SERASA, de abril, demonstravam-na no recorde
de 7,6% do seu endividamento.
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