03/06/2012 - PAÍS DO PLANO B


Reiterando neste espaço, que a Nação é um país do Plano B, de curto prazo, visto que não tem plano A, de longo prazo. Na verdade, o Brasil não tem o planejamento global, reproduz-se aqui parte do artigo de Ricardo Amorim, na revista Isto é, desta semana, página Última Palavra, intitulado “Lucro: Ode ou Ódio?”. “Novamente, o governo adotou várias medidas para combater a desaceleração da economia causada pelos efeitos da crise européia. Tais medidas ilustram bem os defeitos da economia brasileira. Somos o país do plano B. Falta o plano A. Não planejamos, nem temos um modelo de desenvolvimento. Também na economia, somos o país do puxadinho, do combate à doença, ao invés da prevenção. Já dizia Peter Drucker que a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. Nós não prevemos, não criamos, nem agimos. Apenas reagimos. O governo alega que a crise européia e suas conseqüências eram imprevisíveis. Mentira. Meus leitores já sabem disso faz tempo. Nossos governos, todos eles, quase nunca atacam as causas dos desarranjos, apenas suas conseqüências. Distorções causadas por gastos públicos excessivos, impostos elevados, infra-estrutura precária, muros altos e câmbio apreciado, limitam a competitividade de vários setores. As respostas? Tentar forçar, na marra, a queda dos juros e a queda do real, ou então elevar impostos de produtos importados. Isso transfere a conta das empresas para o consumidor, por meio de uma alta da inflação, transformando o Brasil em um país caro, em vez de um país rico... O melhor exemplo é o uso de bancos públicos para forçar bancos privados a reduzir suas taxas de juros. Sou favorável ao máximo de competição possível em qualquer setor da economia. Entretanto, não dá para esperar que um país com os mais altos níveis de juros básicos, tributação do sistema financeiro e alíquotas de depósitos compulsórios do mundo não tenha também as mais altas taxas de juros ao consumidor e às empresas... Com sua atuação onipresente, o Estado quebra um dos pilares do capitalismo: a livre iniciativa. Casos de favorecimentos, empresas e indivíduos pelo Estado, sem falar em uma cachoeira de corrupção, criaram a percepção de que, no capitalismo brasileiro qualquer lucro é suspeito... Faria melhor o governo retirando entraves à competitividade da economia, o que só será possível com a redução de gastos públicos e o fim do envolvimento do Estado em tudo e das benesses que já chamei aqui de Bolsa - Brasil... Já passou da hora de garantirmos a todos uma boa educação e substituirmos o ódio ao lucro por uma ode ao lucro”. Como chamada: “Nos EUA, um empresário de sucesso desperta admiração; no Brasil, desconfiança”.

Por si só, o escrito do autor acima confirma que o Brasil precisa definir o modelo brasileiro de desenvolvimento. Isto é, em síntese, diminuindo a máquina pública, ampliando o investimento e retirando as amarras da economia brasileira.



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