01/06/2012 - FRENTE FRIA NA ECONOMIA



O segundo semestre se inicia e se tem os primeiros sinais do que será o segundo ano da economia brasileira da presidente Dilma. A perspectiva geral não é boa, sequer alentadora. Isto porque a titular do mais alto cargo republicano não se digna alterar a condução da política econômica, iniciada com Itamar Franco, em 1993, ao conceber as etapas da política ortodoxa do que ainda hoje é o Plano Real. Este ainda muito bom. Naquele dia 01-01-1993, iniciou-se o Fundo Social de Emergência, visando estabilizar as finanças públicas, através da edição da Desvinculação das Receitas Tributárias (DRU), que têm sido reiteradas até hoje, 20 anos de prorrogações aprovadas pelo Congresso. Referida reforma foi ortodoxa, visto que visava promover o superávit fiscal da União, visando pagar os juros da dívida pública em dia. A DRU reforçou o poder da União perante 27 Estados e 5.565 Municípios. Depois, lançou-se em 01-07-1994, a nova moeda, o Real, uma segunda reforma ortodoxa, objetivando o controle inflacionário. Ao assumir em 01-01-1995, FHC manteve as duas bases citadas, até porque tinha sido ele o ministro da Fazenda, que coordenou tais medidas, lançando mais o câmbio fixo, de bandas cambiais. No segundo governo de FHC, o tripé foi alterado na perna do câmbio, que se tornou flutuante e na perna do controle inflacionário, adotando em 1999 o sistema de metas de inflação. Mais ortodoxo somente o presidente Lula (2002/2010), que manteve o citado tripé. A presidente Dilma também tem sido ortodoxa de carteirinha. Assim, os governos do PT poucas novidades trouxeram para o front econômico, a exemplo do que reforçaram de verbas os programas sociais. Os analistas de plantão sempre apontaram os problemas que não fazem com que o Brasil tenha um crescimento sustentado ao nível que se requer como desenvolvido. Estão aí notadas as ausências das reformas prometidas, um sistema educacional ineficiente, os impostos excessivos, a logística deficiente, a burocracia sufocante e a corrupção.

Nos anos de bonança da economia mundial, da primeira década deste século, o Brasil repetiu, em anos alternados, três taxas acima de 5%. Porém, quando a crise mundial de 2008 lhe atingiu em cheio, o ano de 2009 foi recessivo. De base tão pequena, o crescimento de 2010 foi o único de aceleração forte das duas décadas. Mas, não se manteve. Em 2011, houve o fraco desempenho do PIB em 2,7%. Perante os acenos de dificuldades mundiais, à semelhança de 2008, novamente a presidente Dilma procurou neste ano de 2012, medidas paliativas de incentivos fiscais, propondo crescer forte. Fez uma cruzada para a queda das taxas de juros, o que está ocorrendo. Por outro lado, tem incentivado consumo. Porém, parece que ainda não foram bons os resultados até agora. Todavia, uma frente fria econômica vinda da Europa, com crescimento perto de zero de lá, de um crescimento abaixo do esperado nos Estados Unidos, previsto para 2%, bem como a redução das magníficas taxas de crescimento dos grandes países emergentes, cerca da metade do que vinham obtendo, estão apontando para este ano um crescimento pífio brasileiro, quiçá abaixo dos 2,7% de 2011. A confirmar tal tendência se colocará mais uma vez à vista a fragilidade brasileira, que já foi bem maior, mas precisa de um verdadeiro planejamento econômico de longo prazo, incluindo as preciosas reformas econômicas prometidas.

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