08/06/2012 - PIB LADEIRA ABAIXO


A economia brasileira tem sido dirigida de forma ortodoxa, desde 1994, quando o Plano Real estabilizou os principais fundamentos, todos os presidentes adotaram a mesma receita. A era de FHC conviveu com taxa média de 2,3% anuais, em oito anos, de ataques especulativos internacionais. A era de Lula apresentou taxa média de 4% anuais, em mundo de forte crescimento econômico. No sétimo ano do período de Lula houve recessão de – 0,3%. Porém, em 2010, o crescimento foi espetacular, fechando em 7,5%, mas vindo de uma pequena base. A questão é de que a recuperação foi rápida. Entretanto, em 2010, começou a perder velocidade, trimestre a trimestre. Ladeira abaixo: 1º trimestre de 2010, cresceu 9,3%; 2º, 8,8%; 3º, 6,9%; 4º, 5,3%. No ano de 2011, no 1º trimestre o incremento foi de 4,2%; 2º, 3,3%; 3º, 2,1%; 4º, 1,4%; no ano, 2,7%. Em 2012, no primeiro trimestre o aumento foi de 0,8%.

A taxa básica de juros vem de quase um ano de quedas consecutivas, a cada 45 dias e a taxa de queda do PIB não tem deixado de existir. A SELIC está em 8,5%, à menor taxa de todos os tempos. A SELIC foi adotada em 1986, para ser a referência. Por que a economia brasileira não reage, revertendo a tendência de queda? As recentes medidas de crédito ao consumo esbarram no elevado endividamento dos brasileiros. Por outro lado, a crise internacional piora. Em um mundo de juros baixos, o Brasil não é mais campeão de juros reais. A Rússia está com 4,3%; a China, 3,1%; Brasil, 2,8%; Austrália, 2,1%; Chile, 1,5%; Japão, - 0,3%; França, - 1,1%; Alemanha, - 1,1%; Espanha, - 1,1%; Índia, - 1,5%; Estados Unidos, - 2%; Reino Unido, - 2,4%.

Os motivos da lentidão nacional, tantas vezes aqui referidas, são a falta de planejamento de longo prazo, as reformas tão requeridas, melhoria do ambiente dos negócios, dentre outros. Na verdade, o País é pouco competitivo. Os ganhos de produtividade representam o fator determinante do crescimento de longo prazo. No Brasil, a produtividade avança lentamente. Dados do IEDI, órgão do empresariado industrial, apresenta a produtividade média, de 1950 até 2009 (60 anos) de 1,33% ao ano. Na China, o indicador evoluiu 2,27% no mesmo período. Nos Estados Unidos, o indicador cresceu 1,9%. Na Espanha, 1,72%. Na Coréia do Sul, 1,7% anuais. Nos 60 anos referidos. Tomando os dez anos deste século, o Brasil em nada mudou, o indicador ficou em 1,32% ao ano. Na China, 3,74% anuais. Nos Estados Unidos, 1,7% ao ano. Na Espanha, 1,17% anuais. Na Coréia do Sul, 1,63% ao ano.

Os dados são incontestes. O Brasil não pode perder o bônus demográfico.

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