12/06/2012 - FADIGA DA E CONOMIA
Na primeira década da economia
mundial, o Brasil apresentou o melhor desempenho em trinta anos. Entre 2004 a
2011, a economia brasileira cresceu 40%. Porém, nesta segunda década, vêm dando
sinais de fadiga de material. No início deste mês de junho o IBGE divulgou os
dados relativos ao desempenho no primeiro trimestre. A taxa anualizada do PIB
assustou muito, pelo estimado 1,9% em 12 meses. Tal recuo é impressionante,
visto que o cidadão já estava boquiaberto com o resultado de 2,7% em 12 meses
de 2011, em face ao ano de 2010, quando registrou 7,5%. É consenso entre os
analistas econômicos, pelo menos para 50 deles, de que o País precisa,
urgentemente, de um novo modelo para voltar a crescer por volta de 4% anuais. A
média da previsão dos citados analistas é de 2,5% em 2012. Em suma, é forçoso
reconhecer que o modelo adotado pela era de Lula, baseado no maior incremento
do consumo das famílias se esgotou.
A crise financeira mundial,
iniciada em setembro de 2008, passou a ser defendida no Brasil com pacotes de
estímulos ao incremento do crédito, recuo da taxa de juros com base na SELIC,
que atingiu 8,75%, menor taxa da história até então, reduções de impostos para
os fabricantes de materiais de construção, de bens da linha branca (geladeiras,
fogões, tanquinhos, dentre outros) e veículos. A economia reagiu bem, crescendo
13% entre 2008 e 2010, em relação a um mundo mergulhado na maior recessão de
trinta anos.
Para atacar a fadiga da economia
desta década, de 2011l para cá, a equipe econômica vem reduzindo a SELIC, que
já alcançou a 8,5% anuais, menor nível histórico, tendo mandado os bancos
oficiais reduzirem as taxas de juros e pressionando os bancos privados para
fazer o mesmo, com o fito de incrementar o consumo familiar. De abril em diante
os juros no geral caíram. Ainda assim, o governo reduziu o IOF de 2,5% para
1,5%, bem como o IPI sobre veículos. Por outro lado, estimulou agora também o
crédito imobiliário, tendo o prazo subido de 30 para 35 anos e os juros
baixados até para 7,9% anuais. Porém, o peso do endividamento já está, de fato,
afetando as vendas no varejo e a construção civil. O grau de endividamento das
famílias em 2008 era de 30%, passando para 45% da renda familiar em 2012, assim
como quase 25% da referida renda está comprometida com pagamento de juros. Por
exemplo, nos Estados Unidos, onde ocorre o império do consumo, citado
percentual é de 16%. A tática que deu certo em 2008 dificilmente terá o mesmo
efeito nos próximos meses. Por seu turno, o baixo desemprego de 6% anuais impõe
o desafio de aumentar a produtividade da economia para crescer, coisa que está
congelada em 1,3% ao ano, nos últimos 60 anos. Enfim, na primeira década o
crescimento econômico foi marcado por geração de mais emprego e aumento da
produção. Agora, o desafio é fazer mais com menos, incremento produtivo, sem o
qual não se terá crescimento maior do que 3% anuais.
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