18/06/2012 - ESFORÇO CONJUNTO
Na última agenda da semana
passada, a presidente da república reuniu 23 governadores e conclamou para ampliação
de investimentos até o final do ano, elevando de R$10 bilhões, para R$20
bilhões, o saque que poderá ser feito no BNDES, via projetos de
investimentos. Repentina atitude se deu
por, pelo menos, dois motivos: o reconhecimento governamental de que a crise
europeia já chegou ao Brasil e pela elevação consecutiva dos últimos três meses
da inadimplência no sistema bancário. Para fazer o reconhecimento é de que o
problema é mais sério do que aparenta, bem como a inadimplência referida mostra
que o estímulo ao consumo pode não dar resultados esperados.
Muito embora o governo afirme que
o emprego industrial está crescendo, não é isto que as estatísticas revelaram
na semana passada. Ou, pelo menos, somente aconteceu em maio, mas as
estatísticas ainda não foram processadas até a primeira semana de junho. Divulgado
pelo IBGE, em São Paulo, neste início de junho, o emprego e os salários
recuaram em abril, pelo segundo mês consecutivo. Em relação a março, a queda no
emprego foi de 0,3% e frente a abril de 2011, a retração foi de 1,4%. Já o
valor da folha de pagamento dos trabalhadores recuou 0,5% em abril, em relação
a março. Porém, em relação a abril de 2011, houve avanço de 4,2%. Na comparação
anual, o emprego industrial registrou sua sétima queda consecutiva, sendo a mais
intensa desde dezembro de 2009, quando recuou 2,4%. A maior queda de abril de
agora se verificou em São Paulo. 3,6%. No acumulado do ano, o emprego recuou
0,9%. Já, no período de 12 meses, a queda foi de 0,1%.
Os problemas da indústria são por
demais conhecidos. Falta de competitividade internacional, reduzida demanda
nacional, estoques elevados, oneração produtiva. As medidas tomadas em abril
somente surtirão efeito nos próximos meses.
O novo caminho que o governo está
procurando, ao que parece, ao chamar os Estados mais fortemente, seria o de
destravar a burocracia e estimular as inversões.
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