14/06/2012 - TURBULÊNCIA MUNDIAL
O tamanho da crise atual está
sendo considerada pela equipe econômica como menor do que aquele de 2008, visto
que tem centro na Europa, cujo início da saída está definido pelo fundo de
resgate de 500 bilhões de euros. O primeiro mergulho se iniciou nos Estados
Unidos e se irradiou pela Europa, fortemente, depois atingiu todo o globo. Por
sua vez, o Banco Central Europeu se propõe a cobrir as necessidades dos bancos
de lá. Os europeus, em geral estão sendo indecisos em instaurar as medidas de
recuperação e isto afeta o desempenho econômico mundial, cujas perspectivas
foram reduzidas para os países, pelo FMI.
O Brasil vem sendo afetado pelas
expectativas, havendo saídas de capitais, volatilidade nas bolsas
(instabilidade grande) e valorização cambial deste ano, ainda insuficiente para
traduzir uma paridade equitativa com as divisas, que são representadas em
dólar. Semelhantemente a 2008, o governo vem adotando medidas tópicas. Redução
do IPI de veículos, redução de IOF para o consumo, melhoria das condições de
financiamento da habitação, redução da taxa SELIC, redução dos juros dos bancos
oficiais e pressão para que os bancos privados também o façam, o que tem sido
feito a um ritmo menor do que o oficial. Isto de abril a maio. Agora em junho,
está retirando o IOF das aplicações financeiras de estrangeiros, para estimular
o ingresso de capitais, visto que estes se reduziram, devido à colocação do IOF
sobre suas aplicações. O caixa do BNDES foi reforçado em US$10 bilhões, cujo
orçamento anual é de R$150 bilhões, a serem aplicados a menores taxas de juros,
reduzidas novamente agora. O investimento público será puxado pela Petrobras,
que, investiu em 2011, R$43,2 bilhões, investindo em 2012, R$53 bilhões, além
da aceleração das licitações para os projetos que já se encontram no âmbito dos
ministérios.
Conforme o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, em entrevista ao jornal O Globo, de ontem, as medidas econômicas
de defesa a um provável maior contágio europeu, serão tomadas no cotidiano: “Estamos
criando uma linha de crédito especial do BNDES para acelerar os investimentos
dos Estados... sendo liberados em dois a três meses. Isso vai complementar o
orçamento que eles têm para investimentos. A maioria dos Estados está
habilitada a usar... A capacidade de consumo brasileiro está crescendo. O
mercado consumidor continua crescendo. É um dos mais dinâmicos do mundo, por
causa da massa salarial. A inadimplência está caindo. Houve exagero em relação
a essa questão, que foi mais localizada em automóveis... A queda da SELIC e dos
juros em geral tem efeito revolucionário na economia brasileira. É algo que
ainda não foi percebido. Tem espaço para os juros continuarem caindo no Brasil
e não sou que está dizendo. O mercado de futuros mostra isso... No ano não sei,
mas será superior aos 2,7% de 2011, com certeza. Estou falando de medidas
concretas já tomadas, cujos resultados estarão surtindo efeito”. É bom lembrar
que se está na metade do ano, de que o referido ministro previu para este ano,
5%, baixou para 4,5%, 4% e agora está pensando perto de 3%, pouco maior do que
os 2,7% de 2011, o que demonstra a timidez da sua equipe e de que se concretiza
a incapacidade de o PIB sair da casa de 3%, pelo menos, no fechar do segundo
ano do mandato da presidente Dilma.
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