29/10/2011 - RECAPITALIZAÇÃO DE BANCOS EUROPEUS


Enquanto ventos bons sopram dos Estados Unidos em direção à Europa, sendo esperado um crescimento do PIB no terceiro trimestre, de 2,5%, o que é um bom indicador para um país desenvolvido, os líderes europeus fecharam um acordo para capitalização dos bancos da área. Seria um Fundo de Resgate da Região (EFSF, em inglês), no valor de 440 bilhões de euros. Porém, os detalhes de como atuará o fundo será feito no próximo novembro. O que ficou praticamente certo é de que seria dado um desconto de 50% na dívida pública da Grécia. Esta estava prevista para chegar a 186% do PIB em 2013, o que será reduzida para 120% com referido desconto naquela data. O citado Fundo iria absorver tais prejuízos, em conjunto com os bancos credores. As formas disso é que ainda geram divergências. Os títulos dos países da união européia que irão compor o fundo estão acenando para que a China os compre. Para outros países dos BRICS, tal como o Brasil, serão também oferecidos.

Conforme o acordo, os bancos vão ter que elevar o capital próprio, visto como indicador que mede a saúde financeira, tal como a capacidade de realizar empréstimos e resistir a choques, isto é, chamar do patrimônio particular para o capital social, haja vista que certos capitalistas transferem com facilidade para o patrimônio privado, para 9% dos ativos, até junho de 2012. Nos piores momentos de tais bancos, a participação do capital próprio era de 5%.

As bolsas pelo mundo reagiram nos últimos dias. No caso da bolsa brasileira, a valorização já é de 9,21% neste mês. No entanto, a perda dela ainda é de 17,55%, mostrando o pessimismo que ainda está reinante. Consoante é de conhecimento geral, nas bolsas de valores são negociadas as ações das maiores empresas do mundo, justamente as que são vitoriosas no capitalismo. Mas, isso não as deixam blindadas. Por isso, de vez em quando, uma delas quebra.

Voltando ao Fundo de Resgate Europeu, este será capitalizado com dinheiro das nações fortes, tais como Alemanha, França e Reino Unido. Evidentemente, que será tirado da capacidade deles de captar no mercado e elevar o seu endividamento global. Se não reativar a economia européia, o que parece que irá, será um desastre.

Vendo o caso brasileiro, a crise da dívida já ocorreu há trinta anos. O endividamento público hoje está por volta de 45% do PIB brasileiro. É administrável. Mas, é alto. É desejável que ele se reduza no longo prazo. Se crescer, algum dia levará a uma situação que custará muito pelo ajustamento, o que se espera não ocorra. Também vendo a situação da Grécia, que sirva de exemplo, ela conseguiu uma redução da dívida de 50%, mas tem sido ao custo de brutal recessão de quatro anos, que custou muito mais do que à retração de 50% da sua dívida pública.

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