24/11/2011 - RECONHECIMENTO DA DESACELERAÇÃO
Em depoimento no Congresso, ontem, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que a economia brasileira desacelerou no terceiro trimestre deste ano, crescendo somente 0,3%, o pior resultado em dez trimestres consecutivos, o que poderá levar a economia brasileira fechar o ano com aproximadamente taxa anual do PIB de 3%. Dessa forma, deu-se o ingresso no segundo mergulho da crise internacional. No entanto, ele deixou claro que irá tomar as mesmas medidas corretivas adotadas em 2009, no primeiro mergulho da economia mundial. A propósito, reiterou que a força da economia interna está maior, lembrando que o Brasil poderá ter resultado superior ao verificado em 2010, cuja taxa de crescimento divulgada está sendo revista pelo IBGE, como de praxe, para maior do que 7,5%. Além do mais ele visualiza resultados de recuperação já a partir de início deste novembro.
A preocupação maior do referido ministro é com a reconhecida desaceleração da economia chinesa. Afirmou ele que os emergentes estão começando a receber o contágio da segunda onda de recessão mundial. Contudo, no Brasil, os instrumentos poderão ser acionados, afirmando que o Banco Central poderá reduzir os depósitos compulsórios, para elevar o crédito, de que o governo de tudo fará para baixar o custo do financiamento, muito embora não creia que o crédito crescerá na proporção da década passada. Por outro lado, o governo não irá propor criação de mais impostos. O câmbio atingiu um patamar razoável por volta de R$1,82, segundo ele. Mas, ontem fechou em R$1,86. O governo vem sempre atrás de resultados pessimistas e vice-versa. Em suma, em seu depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, referido ministro sintetizou: “A cada dia que passa a situação fica mais complicada”. Portanto, mesmo com seu otimismo a recessão poderá instalar-se.
Outubro apresentou um fraco nível de emprego formal, quando a indústria entrou em recessão (crescimento abaixo de zero). Os centros industriais já encolhiam desde março. Em meados do ano, a construção civil foi freada por contenção de crédito para o programa Minha Casa, Minha Vida e da redução dos investimentos em infra-estrutura. Já as expectativas geradas na economia doméstica, desde o início do ano eram de contração. No entanto, o empresariado e o governo se sentem otimistas para o ano de 2012.
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