19/11/2011 - CENSO DE 2010


De meados de 2009 a julho de 2010 foi preparado o censo de 2010. No entanto, ao processar os resultados o IBGE levou quase um ano e meio. Tem-se agora muito material para reflexão e, principalmente, orientar as políticas econômicas e sociais. Os avanços principais foram na queda do analfabetismo e da mortalidade infantil. Os piores indicadores gerais estão quanto à elevada concentração de renda e ausência de saneamento na maioria dos domicílios.

Principais conclusões pontuais do censo de 2010 em relação ao de 2000. 1. Família. Mulheres têm menos filhos e com mais idade. No entanto, crescem casamentos informais. 2. Expectativa de vida. Chegou aos 73 anos. Diminuem mortos até um ano, mas 3,4% de todas as mortes em 2010 ocorreram antes do primeiro ano de vida. 3. Saúde. Cerca de um quarto da população tem deficiência no atendimento. 4. Riqueza. Somente 1% da população concentra renda semelhante a 40% dos mais pobres. 5. Emprego. 12% dos trabalhadores trabalham em outro município em relação a sua moradia. 6. Tecnologia. O número de casas com computador passou de 11% para 38%. 7. Ensino. Cerca de 3% das crianças de 7 a 14 anos não estudam, porém 7% são analfabetos até aos 10 anos. 8. Desigualdades. Aqueles que se declaração brancos e amarelos ganham o dobro do que os que se declararam pretos, pardos e indígenas.

O rendimento médio mensal das mulheres representava em 2010 cerca de 70% da renda dos homens. Um brasileiro na faixa mais pobre da população teria que guardar tudo o que ganha durante três anos e três meses para obter o ganho mensal de um mais rico. Isto é, 39 vezes mais ganha o integrante do grupo rico, não obstante a desigualdade tenha diminuído na década, conforme apontam os índices de Gini anuais calculados pela FGV.

As informações de rendimento valeram para 101,8 milhões pesquisados, de 10 anos de idade ou mais. Claro, existe um grande contingente de menores e de pessoas que não tem renda nenhuma, além daqueles que não foram pesquisados ou que nada declararam. A renda média mensal de um deles é de R$1.202,00. Os 10% mais pobres percebem a renda média mensal de R$137,06. Os 10% mais ricos R$5.345,22. Aqueles que estão entre o 1% mais rico chega a R$16.560,00 por cidadão.

Quando tomados todos os 190 milhões de habitantes, a renda média do brasileiro é de R$668,00 mensais. Entretanto, metade da população recebia até R$375,00 mensais, enquanto o salário mínimo era de R$510,00 na data da pesquisa. Quer dizer, mesmo com mais de dez anos do programa tipo Bolsa Família (antes era o Bolsa Escola), as desigualdades são bastante acentuadas e não têm condições de promover em décadas o status da população semelhante à de um país desenvolvido.

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