08/11/2011 - ESTILOS DE CRESCIMENTO


O Brasil em toda a sua história praticou vários estilos de crescimento econômico. Com certeza o estilo mais eficiente já praticado ocorreu com os planos de desenvolvimento dos anos de 1970. Isto porque o País cresceu a taxas médias de 10% ao ano, em longo período de tempo, no bom estilo chinês. Na China, o crescimento tem sido sustentado por mais do que 30 anos, por volta de 10% anuais, não tendo interrompido até agora a sua trajetória, o qual levou a sua economia do vigésimo para o segundo PIB mundial. A China iniciou um forte sistema de planejamento em longo prazo, aproveitando do seu bônus demográfico e realizou planejamento familiar exitoso. Em 1979, a China tinha a população que crescia a taxas vertiginosas. No entanto, o governo forte de lá, decretou que cada família só poderia ter um filho sobre pena de pagar mais impostos e de não ser bem vista. O Brasil vinha também com forte planejamento econômico de longo prazo, também centralizado, movido basicamente à poupança externa. Com os choques do petróleo, de 1973 e 1979, o País viu se esgotar as possibilidades de se financiar de forma tão cara, visto que os juros dos financiamentos externos foram de 3% foram para mais de 20% anuais, além de ter de pagar a conta petróleo. De 1979 para 2004, 25 anos patinando sobre um modesto crescimento por volta de 2% anuais.

Foi justamente em 2004 que o País completou 10 anos de estabilidade, o que, em tese, o credenciaria para reeditar taxas acima de 5% ao ano. Porém, não obteve ainda crescimento sustentado. Primeiro, porque fez um primeiro mergulho na crise de 2008/2009, embora ficasse no raso de – 0,6% em 2009. Em 2010, cravou 7,5%. No entanto, foi em cima da base próxima de zero. Agora, em 2011, não irá entrar no segundo mergulho, porém terá crescimento baixo, estimado entre 3% a 3,5%, para as pretensões de retomar ao crescimento elevado, extremamente necessário para se consolidar como uma economia de pelo menos 5º lugar, compatível com o seu 5º território mundial e 5ª população do globo. Portanto, falta voltar ao planejamento de longo prazo e fazer as fundamentais reformas institucionais.

Como tudo é uma questão de estilo, o Brasil deveria se inspirar na equipe, embora pequena em número, de Roald Amundsen, realizada 90 anos atrás, não cometendo os erros do inglês Robert Scott. A descrição da revista Exame, datada do dia 02 deste mês é esclarecedora e serve para refletir: “Há 90 anos duas equipes de desbravadores partiram em expedições rumo então ao inexplorado Pólo Sul. Uma delas era liderada pelo norueguês Roald Amundsen, na época com 39 anos. A outra, pelo britânico Robert Scott, com 43. Amundsen era obstinado e detalhista. Sua preparação para a viagem foi exaustiva. O vaidoso e já célebre Scott era um improvisador. Amundsen venceu a neve, a baixa temperatura e um longo trajeto desconhecido até chegar ao destino final, voltando depois ao ponto de partida com sua equipe intacta. Scott e seu grupo tiveram um destino trágico. Alcançaram o Pólo Sul 34 dias depois dos noruegueses e jamais retornaram, os cinco integrantes morreram no caminho de volta. Por que uma das expedições triunfou e outra foi devastada se ambas encararam as mesmas adversidades?”

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