06/11/2011 - AGENDA DO G-20
Nesta semana que se encerra se reuniu em Cannes, na França, o grupo dos 20 maiores países, em termos econômicos. A agenda apresentou três pontos principais: a Europa mergulhada na maior crise do que os demais países do mundo, à exceção do caos do subsaara africano; o elevado desemprego das nações ricas e a desestabilização econômica geral dos últimos cinco anos. O resultado de mais uma reunião que não encontrou soluções continua decepcionante. Argumentava-se que haveria medidas de capitalização dos bancos europeus, redução de 50% da dívida grega, aumento do fundo de estabilização da Europa. Não aconteceram ainda. A Itália se viu obrigada a aceitar o monitoramento do FMI e pela União Européia. A França lançou o segundo plano de estabilidade nestes cinco anos, com corte de gastos e elevação de impostos, admitindo que possa crescer somente 1% neste ano. Portugal continua com sua política econômica de austeridade. Enfim, os europeus apertam os cintos.
As discussões foram pela retomada de medidas clássicas, de que redução nos gastos levaria à continuidade da recessão por mais algum tempo. Muito embora as notícias advindas dos Estados Unidos tenham sido de melhorias, estas ainda não se refletiram em benefícios para o nível de emprego e as manifestações continuam fortes em dezenas de cidades americanas e de mais de uma centena no mundo.
Falou-se de que a história dos últimos séculos mostrou que o Reino Unido entrou em decadência justamente quando apresentou problemas de endividamento e restrições para sua expansão, ao tempo em que os Estados Unidos no início do século XX começaram a substituir-lhe. Cem anos depois, discute-se que a economia americana se encontra de forma semelhante com falta de dinamismo e que a China ocuparia o seu lugar como novo protagonista mundial. Contudo, isto não tem consistência, devido ao fato de que a China é considerada como de médio desenvolvimento pelo PNUD, apresentando problemas de retirar mais de 500 milhões de habitantes da situação de penúria em que se encontram, embora os progressos sejam reais. Entretanto, os debates se encaminharam em Cannes, para que o G-20 tenha mais ação e que o mundo não venha mais a ser liderado por um grupo tipo G-7.
Olhando-se os emergentes, com seu amplo potencial e elevadas taxas de crescimento, tem ocorrido um movimento de chamá-los a impulsionar os países pobres. Não sem motivo, Bill Gates, o homem mais rico do mundo, celebrou convênio com o Brasil, através da sua fundação de filantropia, visando estender as experiências brasileiras em projetos de agricultura e saúde para beneficiar países pobres.
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