16/10/2011 - CABIDE DE EMPREGOS NA EDUCAÇÃO
Em artigo de Gustavo Ioschpe, a revista Veja que circulou esta semana apresenta o número de funcionários, professores e pesquisadores que trabalham na área educacional. Os dados foram fornecidos pelo INEP, sendo de aproximadamente 5 milhões de funcionários, sendo 4 milhões deles na rede pública. Os professores e pesquisadores estão por volta de 2 milhões.
O autor referido se surpreendeu: “Fiquei embasbacado com esse dado. Não apenas pelo gigantismo do número total. Seus 5 milhões de membros fazem com que essa seja a quarta maior categoria profissional do Brasil, atrás apenas dos agricultores, vendedores e domésticas, mas especialmente pelo fato de termos 3 milhões de funcionários longe da sala de aula, um número 50% maior do que o de professores”.
Prossegue: “Imaginei que essa relação entre funcionários e professores seria menor em países com sistemas de educação mais eficientes. Dito e feito, até em um número maior do que imaginara. Segundos os dados mais recentes do Education at a Glance, levantamento feito pela OCDE (disponível em twitter.com/gioschpe) a relação entre seus países membros é de 0,43. No Brasil, falando apenas do setor público, essa relação é de 1,48. Ou seja, isso significa que, se o Brasil tivesse a mesma relação professor/funcionário dos países desenvolvidos, haveria 706.000 funcionários públicos no setor, em vez de 2,4 milhões que temos”.
O jornalista calculou que o excedente de funcionários públicos custa a Nação cerca de R$46 bilhões anuais. Este imenso cabide de empregos atrapalha em muito a resolução para a educação brasileira de qualidade. Muitos desses cidadãos são cabos eleitorais pelas 5.565 prefeituras e 27 unidades federativas. Do exposto, comprova-se a célebre “lei dos rendimentos decrescentes” constante dos manuais de economia. O modelo da lei citada é de se tomar dois fatores de produção, um fixo e outro variável. Na medida em que se adiciona o fator variável, por exemplo, o trabalho, ao fator fixo, por exemplo, a terra, o rendimento é crescente por bom período de tempo, poderá tornar-se constante, mas, fatalmente se traduzirá em decrescente, pelo excesso de gente trabalhando a terra.
Na medida em que cresceu referido contingente, ele ficou forte e as greves se sucedem com freqüência pelo País. Claro, como é sabido, o problema da educação deficiente não é somente falta de recursos e falta de planejamento, mas que se gasta muito mal.
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