01/10/2011 - IMPUNIDADE


A população brasileira assiste pasma como é que não se faz nada contra a impunidade dos ricos, políticos e empresários influentes no Brasil. Acostumou-se a dizer que a impunidade veio da herança portuguesa, quando os nobres não respondiam na justiça comum e qualquer delito poderia chegar ao donatário, ou qualquer outra autoridade, que, evidente, não fazia apuração. O motivo servia de chacota. Quer dizer, a situação continua no mesmo sentido. Porém, isto sempre inquietou e está inquietando muitos grupos. A sociedade esclarecida deverá agir. Enquanto isto, os casos mais famosos permanecem na justiça mais alta, já que qualquer questão pode terminar no Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal, após devidamente trabalhada por advogado famoso, que encontra motivo para protelar por décadas os processos dos seus clientes, levando-os para a prescrição.

Esperava-se que o Partido dos Trabalhadores (PT), ao assumir o poder, cumprisse suas promessas de campanha. No entanto, quem bem traduz o que ocorreu é o antropólogo Roberto Damatta, nas páginas amarelas da última revista Veja, de 28-09-11, respondendo: “Qual a parcela de culpa do PT nos altos níveis de corrupção no Brasil? R – Na era petista, essa praga que toma o estado brasileiro disseminou-se à vontade, a ponto de a população indignar-se e ir às ruas protestar. Assim que chegou ao poder, o partido enterrou de vez o ideal de pureza do qual tinha o monopólio. Para pôr de pé o seu projeto, aderiu às piores práticas do velho clientelismo: troca de favores, cargos e dinheiro. Desse modo, conseguiu formar a arca de Noé que é a coalizão na qual se apóia hoje e que lhe confere tanta força. Também deixou vago o espaço de uma oposição rigorosa, intolerante e dura, que deveria agora estar fiscalizando a farra no estado. É preciso lembrar àqueles que mandam na corte de Brasília quer a máquina pública não é um veículo de enriquecimento e de aristocratização de seus funcionários. Veja o que é o descalabro que é a evolução do patrimônio dos políticos brasileiros. Sua fortuna cresce a velocidade comparável apenas ao ritmo que embalou os barões de estradas de ferro nos Estados Unidos do século XIX. Algo está muito errado”. Aqui só faltou citar o caso do ex-ministro Antônio Palocci, que enriqueceu 20 vezes em 4 anos.

O título da citada entrevista é “sobra dinheiro, falta vigilância”, aludindo ao continuísmo d impunidade na apuração da corrupção. O antropólogo afirma que “o modelo de estado do PT, tão onipresente quanto ineficaz, só contribui para que a corrupção se dissemine pelo País. A idéia petista de que sempre cabe mais um sob as asas do estado não passa de uma maneira adocicada de não encarar questões amargas como o cumprimento de metas e o bom gerenciamento dos recursos que são dos cidadãos”.

A Nação já começou a reagir para não continuar pagando tal alto custo social.

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