07/10/2011 - DILMA EM MOMENTO DE LULA


A presidente Dilma depois de ter viajado aos Estados Unidos, China e agora Europa, aproveitou para marcar presença na terra de seus pais, a Bulgária. Porém, anteontem teve um momento de Lula. Fez discurso como se o Brasil fosse um país desenvolvido, apresentando os trunfos de política econômica, para superar rapidamente o atual segundo mergulho da crise econômica internacional. Em primeiro lugar, poderá reduzir a taxa de juros, ainda bastante elevada, para reanimar a produção. Em segundo lugar, o Brasil possui R$420 bilhões de depósitos compulsórios que poderão ser utilizados no caso de falta de crédito. Em terceiro lugar, as reservas internacionais ultrapassam US$350 bilhões, suficientes para segurar o real valorizado por bom tempo, em caso de ataque especulativo. Em quarto lugar, poderá lançar incentivos fiscais tal como fez durante o primeiro mergulho, em 2009. Em quinto lugar, poderá eliminar o IOF sobre derivativos de cambiais, o que atrairá capitais externos. Claro que a situação atual é inigualável na história brasileira. Todavia, a vulnerabilidade nacional se apresenta na balança de transações correntes, com déficit superior a US50 bilhões anuais. Por outro lado, as reservas internacionais têm muito de capital especulativo que pode sair e não voltar, como aconteceu recentemente na era de FHC.

Face ao exposto, ofereceu ajuda econômica à Europa e advertiu contra ajustes fiscais muitos severos no continente. Esta foi a gota de água para o jornal inglês Financial Times, do dia 05 deste, para considerar “irreal e hipócrita” sua proposta de ajustes fiscais restritivos. Ironizou as sugestões pelo fato de que o Brasil ter um sistema tributário “incômodo e pesado”. Prosseguiu o artigo do jornal Times referido: “O problema é que ela se esqueceu de consultar outros países do BRICS, tal como a China, que detém a maioria das reservas em moeda estrangeira do bloco. Até seus compatriotas se surpreenderam com a idéia de que o Brasil poderia resgatar países como a Itália, que tem um PIB per capita três vezes maior do que o seu”. Ademais, o Brasil que critica tanto o protecionismo europeu, em meados de setembro adotou severa medida protecionista contra as importadoras de automóveis, afirmou o jornal. Afinal, o velho imperialismo inglês continua arrogante e não está tolerante com o orgulho dos emergentes.

A analogia do comportamento de Dilma na Europa se assemelha as muitas vezes que Lula quis ensinar ao mundo o que o Brasil estava fazendo, tal como o Programa Bolsa Família e que pagou a dívida ao FMI, estando até emprestando dinheiro àquela instituição multilateral.

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