04/10/2011 - CORRUPÇÃO NOS ESTADOS
Nos últimos três anos a Capital Federal apresentou inúmeros escândalos de corrupção, começando com a delação premiada de Durval Barbosa, que afirmou ter duas ou três centenas de fitas de políticos e empresários que desviaram mais de R$2 bilhões. As denúncias derrubaram o governador José Arruda, preso por mais de um mês, afastado e respondendo processos, bem como dezenas de políticos envolvidos. O último deles foi a filha do governador anterior, Joaquim Roriz, a deputada Jaqueline Roriz, cujo filme divulgado a mostrava recebendo propina de R$50 mil para caixa 2 de sua campanha, pela qual foi eleita deputada federal. O incrível é que ela foi absolvida pela Câmara, em votação secreta. Os demais políticos, denunciados vão lutar para que seus processos recebam inúmeros recursos, com vistas a levá-los à prescrição. As punições foram somente as perdas de mandatos eletivos.
O Estado mais rico da federação, São Paulo, agora está sendo bombardeado por denúncias de corrupção, lobby e venda de emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo, colocando sob suspeita os 94 deputados estaduais. Referida instituição tem a identidade de 3.000 funcionários colocada sob sigilo, visto que os parlamentares durante 11 anos recorreram na justiça quanto à divulgação. Somente uma decisão do Supremo Tribunal Federal poderá divulgá-la. Em entrevista ao jornal “Folha da Região”, do interior paulista, o deputado Roque Barbiere (PTB), em sexto mandato, afirmou que boa parte dos seus colegas vive e enriquece com emendas parlamentares. A casa então seria um balcão de negócios. Nenhum dos outros 93 deputados veio a contraditá-lo. Cada deputado dispõe de R$2 milhões anuais para destinar as obras públicas que quiser. Isto seria objeto de negociata com prefeitos, entidades e empresas que realizam as obras. O governador Geraldo Alckmin tentou desqualificar as denúncias, mas teve que recuar, dado que é ele quem autoriza a liberação dos recursos. O denunciante solicitou da Casa Civil do governo de São Paulo os nomes dos deputados que realizaram emendas. Até hoje não recebeu respostas.
O caldo de denúncias atingiu agora com muita força o governador do Estado do Tocantins, chamado pela revista Isto é, desta semana de “o governador grileiro”. É de estarrecer o início do próprio texto da reportagem: “Criado em 1988, o Tocantins teve como primeiro governador o cearense José Wilson Siqueira Campos (já no quarto mandato). Um dos seus primeiros atos como chefe do executivo foi distribuir terras públicas a quem quisesse se estabelecer no novo Estado. Siqueira usou da prerrogativa do cargo para favorecer familiares e amigos. O que agora o Ministério Público constata é que a prática não se restringiu à época da fundação do Tocantins. Perdurou nas duas décadas seguintes e serviu também para a compra de apoio político e sua blindagem na Justiça”cfHoje mesmo, mais denúncias, agora envolvendo o maior plantador de soja do Brasil, senador e ex-governador do Mato Grosso, Blairo Maggi e seus secretários, que tiveram os sigilos fiscais quebrados. Portanto, a todo o momento surgem denúncias de corrupção na República. Somente com leis punitivas elas poderão ser reduzidas ou eliminadas.
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