03/10/2011 - EMERGENTES TERÃO NOVO PAPEL


No primeiro mergulho da crise deste século os países emergentes enfrentaram bem as dificuldades dos mercados financeiros. Neste segundo mergulho não está claro se também irão reagir de forma semelhante. Os problemas dos países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, devem-se as economias aquecidas, bolhas imobiliárias, inflação em alta, que não existiam em 2008. Vendo a China, o maior problema dela não é a Europa, mais garantir que a inflação não ultrapasse 4% anuais. Neste ano já elevou seis vezes a sua taxa básica de juros. Aquele país deverá ingressar um crescimento de maior qualidade, no patamar de 7% a 8%. A Índia e a Rússia estão numa fase de ingressar em grande ritmo de importações de commodities, o que será bom para o Brasil. Esses três países poderão crescer entre 3% a 5% neste ano. A China conseguiu tirar 300 milhões da pobreza, mas ainda há um bilhão de pessoas para sair daquela situação. Conseqüentemente, haverá forte demanda lá por comida, moradias, educação, saúde, saneamento, dentre outros investimentos.

No Brasil a volatilidade do câmbio prosseguirá. A tendência é o real continuar se desvalorizando, o que trará mais competitividade as exportações brasileiras. A elevação dos riscos fará com que haja uma saída de capital especulativo. É esperada redução de pelo menos em quatro reuniões do COPOM, de 0,5% na SELIC, em cada encontro. A expectativa é de que o PIB cresça moderadamente, 3,8% em 2011 e 3,6% em 2012.

A instabilidade do sistema capitalista central pode transmitir três formas de contágio aos emergentes. A primeira forma é pela aversão ao risco, com a saída de capitais, tal como aconteceu no mês passado. A segunda é nos preços para baixo das commodities. A terceira é a desaceleração mundial em curso. Contudo, o cenário dos emergentes é positivo, visto que eles estão mais fortes do que em 2008, havendo significativo aumento das reservas internacionais. Por seu turno, as economias internas estão mais fortes graças ao aumento do consumo doméstico. No caso brasileiro há ainda um colchão de liquidez de R$400 bilhões de depósitos compulsórios. Isso é importante para no caso do Banco Central precisar irrigar o mercado com dinheiro, como feito em 2008. Naquela oportunidade, o BC liberou R$80 bilhões aos bancos, para sair da apertura de crédito.

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