02/10/2011 - EMPREGO NO BRASIL E NOS EUA


A economia brasileira iniciou o século XXI com taxa de desemprego acima de 10%, enquanto nos Estados Unidos a taxa era a metade do brasileiro, de 5% da força de trabalho. Em 2004, a taxa brasileira em referência era de 11,5%, já nos EUA era de 5,4%. No Brasil, de 2005 para 2011 foi se reduzindo para 9,9%, 10%, 9,3%, 7,9%, 8,1%, 6,7% e 6,1%, respectivamente. Nos Estados Unidos, no mesmo período, foi se alterando para 4,9%, 4,4%, 5%, 7,3%, 9,9%, 9,4%, 9,1%. Tais evidências demonstram que a economia brasileira está sustentando um patamar do melhor nível de emprego de pelo menos os últimos 30 anos, ao passo que os Estados Unidos ingressaram em recessão desde 2008. Por exemplo, agora em agosto não houve lá nenhuma contratação, enquanto que aqui foram criados 190.000 postos de trabalho.

A população economicamente ativa americana é de 131 milhões de almas. No Brasil, ela está por volta de 95 milhões. Nos Estados Unidos dos últimos cinqüenta anos, a cada período de quatro a seis anos eles ingressam em recessão, segundo Jim Rogers, grande investidor internacional, sócio de George Soros, em entrevista à revista Exame no. 1.001, desta quinzena, examinando com mais sete economistas famosos sobre o segundo mergulho da crise mundial. Rogers salienta que “É assim desde que eu era jovem e hoje eu tenho 68 anos. Só que agora os gastos e o endividamento são bem maiores. Isso significa que a situação ficará muito pior para os Estados Unidos e para a economia mundial nos próximos dois anos. Esta crise será pior do que a de 2008, porque os Estados Unidos já usaram todas as suas armas. A verdade é que os americanos cometeram erros demais nos últimos 50 anos, começando com a guerra do Vietnã. Desde então os Estados Unidos passaram de um grande credor para o maior devedor mundial. E não dá para acordar um dia, dizer que agora tudo está resolvido e achar que os problemas desapareceram. É preciso assumir os erros e também assumir as dívidas... O Japão perdeu uma década e depois perdeu outra. Se os Estados Unidos continuarem fazendo, também irão amargar uma ou duas décadas perdidas... Se tivermos sorte os Estados Unidos crescerão 1,5% em 2011, uma taxa muito baixa. Ou seja, o desemprego continuará alto, o que é péssimo politicamente, além de muito ruim para o futuro da economia. Se os jovens ficarem desempregados por muito tempo, passarão a lutar apenas por empregos que pagam pouco. O cenário pode ser de empregos temporários, aqueles sem nenhum tipo de treinamento. Portanto, eles serão menos produtivos. E rendimentos mais baixos ao longo da vida dos trabalhadores promoveriam maior desigualdade de renda no país”.

Em suma, o cenário de crescimento fraco não resolve o problema de alto desemprego na maior economia do planeta.

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