23/09/2017 - ECONOMIA CADA VEZ MAIS DISTANTE DA POLÍTICA
A segunda denúncia do Ministério Público Federal, enviada ao
Supremo Tribunal Federal, que a aceitou e a enviou à Câmara de Deputados,
através de trâmite constitucional, contra o presidente da República, Michel
Temer, depois da primeira denúncia inédita, que fora rejeitada, em plenário de
263 deputados entre os 513 daquele Colégio, tem como objetivo retirá-lo do
governo, por três motivos: corrupção passiva, obstrução de justiça e
organização criminosa. O tortuoso caminho em que se encontra Temer, desmascarado
em 17-03-2017, só tem agravado sua posição e, mesmo que a Câmara volte a
rejeitar o processo de impeachment, depois de terminar o governo, ele
responderá pelos seus crimes. Nesta década, principalmente ficou claro que estavam
no poder duas quadrilhas, a do PT, desnudadas pela operação Lava Jato,
comandada por Lula, e a do PMDB, chefiada por Temer, que ficou nua com as
denúncias do JBS. Tais partidos estavam na condução do País desde 2003. Temer
hoje tem 3% de popularidade. Lula já foi condenado a 9 anos de prisão e
responde a seis processos como réu. Temer provavelmente não escapará depois que
terminar o seu foro privilegiado. O descontentamento nacional é tão grande, que
até surgiu como forte candidato, o militar da reserva (reserva de que? Se ele
está ainda mais na ativa), deputado Jair Bolsonaro, como segundo candidato mais
preferido, depois de Lula. Como soe acontecer, O atual general Mourão (o nome
lembra?), em controversa declaração de que um processo de “aproximações
sucessivas” poderia retornar os militares ao poder, depois daquele golpe de
1964, em que ficaram no poder por 21 anos, está embasada nas declarações do
próprio comandante do Exército, general Vilas Boas, de que prefere a
democracia, mas que a ditadura militar retirou o País do 47º PIB mundial para
colocá-lo em 8º, no final do seu período, em 1984.
Em artigo de ontem, de Miriam Leitão, no jornal O Globo,
assim se inicia: “O Brasil pode crescer até 4% no ano que vem, por causa da
força da taxa de juros. Este ano pode terminar com uma alta entre 0,8% e 1%.
Mas, o Brasil vai levar pelo menos cinco anos para recuperar o que perdeu em
quase três anos de recessão. O ambiente na economia é de saída da crise, e os
sinais disso estão espalhados por vários indicadores, como se viu ontem no
mercado de trabalho... Economistas já estão mais seguros para afirmar que o
Brasil finalmente deixou a recessão para trás... Inflação baixa e queda de 7
pontos percentuais na SELIC podem levar 2018 a ter forte crescimento”.
Economistas estão mais seguros?
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