11-09-2017 - INVESTIMENTO PÚBLICO É O MENOR EM DEZ ANOS
Na medida em que começaram a serem gerados superávits
primários consecutivos, desde 1998, dezesseis anos se passaram de resultados
positivos até os déficits primários, iniciados em 2014, sempre crescentes, já
no quinto ano, com sexto previsto para o negativo, além do fato de que o
governo federal só acreditar em voltas de superávits depois de 2020. Situação
muito difícil, de aperto nas finanças públicas, com consequências muito ruins,
já que se diminuíram consideravelmente o investimento público. Este, segundo Keynes,
em seu livro famoso de “Teoria Geral” da ciência econômica, o investimento
público é aquele que prepara o “terreno”, isto é, a infraestrutura, realizando
o investimento multiplicativo. Depois, vem o investimento privado, isto é, as
empresas, realizando o investimento acelerador.
A partir dos anos de 1980, a inflação ultrapassou 100% e
chegou a 2.500% em 1993. Em condições super inflacionárias não foi possível
ter-se crescimento sustentável. Sem dúvida, os déficits públicos foram
frequentes e, sem contar, depois daquela data com financiamentos externos para
cobrir déficits, tal com houve na década de 1970, a economia não repetiu
crescimento sustentável. O Plano Real, de 1994, estabilizou a economia e
somente cinco anos depois que se terá cerca de uma década de crescimento
virtuoso. Porém, erros sucessivos de política econômica fizeram a economia brasileira
a repetir déficits primários de agora.
No primeiro mandato do ex-presidente Lula (2003-2006), ele
continuou tão ortodoxo ou mais como FHC, na condução da economia, gerando
superávits primários e fazendo colchão de reservas internacionais, além de ter liquidado
os débitos externos com o FMI, que vinculavam a continuidade da ortodoxia
econômica. No segundo mandato de Lula (2007-2010), ele lançou o Programa de
Aceleração do Crescimento (21-01-2007). Os investimentos públicos se
multiplicaram e atingiram o pico em 2014. Quando foi assumido o primeiro déficit
primário depois de 16 anos. O investimento público é muito importante. Porém,
no segundo mandato de Lula, no primeiro mandato de Dilma e, no segundo mandato
frustrado dela, a política econômica passou a ser heterodoxa. Isto é, o governo
federal passou a criar cada vez mais empresas estatais e em fixar regras de
obediência da ordem econômica à ordem governamental. O modelo dos governos do
PT se esgotou. A própria Dilma, no seu segundo mandato montou uma equipe
ortodoxa, mas já era tarde, prevalecia a heterodoxia.
De 2007 a 2017, os valores em bilhões do investimento público
foram os seguintes: R$15.796; 22.219; 24.467; 38.912; 44.193; 54.222; 51.031;
58.341 (pico de 2014); 36.998; 32.473; 20.011 (previsão); respectivamente.
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