24/05/2017 - ESCÂNDALO DO ESTÁDIO DE BRASÍLIA




Qualquer corrupção é antieconômica, visto que retira recursos de áreas produtivas ou do governo, que é transferidor de recursos, que, em tese, seria para o social, para um pequeno número, senão um só esperto. Ontem, então estourou o escândalo do estádio de futebol de Brasília. Quem não sabia que obras do PAC, das obras das  empresas estatais, dos estádios da Copa do Mundo de 2014, da Olimpíada Mundial no Rio, em 2016, para não referir-se a mais obras? O escândalo da vez é a construção da obra faraônica do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Cidade que não tem grandes, nem bons times de futebol. Foi concluído com 3 vezes mais do gasto do que o projetado. Custou cerca de R$1,6 bilhão. O seu projeto não alcançava R$600 milhões. Vazaram quase um bilhão de reais para corruptos. Corruptos estes que foram os maiores mandatários da capital federal, governadores eleitos pelo voto popular, tanto da esquerda (PT), Agnelo Queiroz, como da direita (PR), José Roberto Arruda, substitutos e assessores. Porém, a raiz da corrupção é mais ampla. A corrupção não se equivale a querer pagar menos impostos, ou se defender da sanha tributária, ou a um recurso para mostrar justiça em não ser tributado. A corrupção é a transferência direta de dinheiro de quem produziu para quem não produziu.

No momento, a Câmara Federal registra 12 pedidos de impeachment contra o presidente da República, Michel Temer, após as delações do grupo JBS. O Congresso Nacional se tornou um verdadeiro campo de batalhas.

No início do dia de ontem, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a necessidade do avanço das reformas no Congresso e disse que a agenda econômica vai continuar independente de qualquer coisa. Para ele, “o Congresso tem que mostrar que o País não vai parar”. O fasto é que as denúncias atrasaram a recuperação da economia, mas não irão parar as reformas estruturais. Estas, ainda incipientes.

Cada vez está mais clara a luta entre capital e trabalho no Brasil. Os governos do PSDB e do PT procuraram escamoteá-los. O capital quer mais condições de reproduzir-se. O trabalho de garantir seus direitos ou melhorá-los. O Estado intermedeia. Mas, a luta de classes está presente. O que garante melhorias é o maior crescimento econômico possível.

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