23/05/2017 - PESQUISAS DE MERCADO INDICAM LENTA RECUPERAÇÃO
Leonardo da Vinci já se referia que “a pesquisa nunca nos
engana”. Sem dúvida, a primeira coisa que se deve fazer antes de montar uma
empresa deve ser o estudo de mercado. Neste se fazem previsões de acordo com as
equações de regressão.
Conforme entrevista da revista Exame, edição 1138, o diretor
no Brasil da consultoria britânica Euromonitor, Marcel Motta (MM), afirmou que
“o mercado consumidor caiu para um nível similar ao de 2010”. A consultoria
realiza pesquisas de mercado em 100 países. As previsões são de que a retomada
do consumo no País começara pelos setores que dependem de crédito. Duas
perguntas das sete são transcritas abaixo.
Exame – Já dá para dizer que o mercado consumidor caminha
para uma retomada? MM – Sim. Há três mudanças que terão um impacto grande sobre
o consumo já neste ano. Uma é o fato de a inflação ter caído e,
consequentemente, espera-se uma redução dos juros. Isso ajuda os segmentos que
dependem do crédito, como o de automóveis. A segunda é que, com a queda da
inflação, podemos ver um ganho real nos rendimentos das famílias. Isso porque
os dissídios salariais tiveram entre 6% e 9% de aumento no ano passado. Com a
inflação de 4% ao ano, a expectativa é de que esse dinheiro extra seja colocado
na economia de novo. O terceiro ponto é a melhora da expectativa do consumidor.
Exame – A recuperação das empresas de bens de consumo será
lenta? MM – Sim. Acompanhamos 30 segmentos e vemos que alguns deles tiveram uma
queda muito expressiva durante a recessão. A indústria de higiene pessoal, por
exemplo, perdeu um mercado anual de 4 bilhões de dólares. É o mesmo tamanho do
mercado inteiro do Chile nesse segmento. O varejo encolheu 27 bilhões de
dólares, o tamanho de todo o varejo do Peru. As vendas de eletroeletrônicos
caíram 9 bilhões de dólares, o mesmo valor de mercado de eletroeletrônicos do
Canadá. Um mercado do tamanho do Canadá simplesmente desapareceu de uma hora
para outra.
O entrevistado encerra com a previsão de aumento de 1,8% do
consumo das famílias em 2017 e de 2,2% em 2018. “Na nossa previsão, a maioria
das indústrias só voltará ao nível pré-crise em 2020 ou depois”, concluiu.
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