17/05/2017 - GANGORRA DO EMPREGO




Da população brasileira de cerca de 206 milhões de pessoas, por volta de 103,65 milhões se constituem naqueles que estão praticamente aptos para o trabalho (pouco mais da metade do total), advindo o conceito de População Economicamente Ativa (PEA), composta de cidadãos principalmente na faixa de 18 a 65 anos. Além do conceito de PEA, tem-se, dentro da PEA, o conceito de (1) desemprego aberto, aqueles que têm carteira profissional; (2) de desemprego disfarçado ou subemprego, aqueles que trabalham poucas horas por dia, fazem bico e, por fim, (3) existem aqueles que não trabalham ou não querem trabalhar. Ademais, nos outros quase 103 milhões tem-se os idosos, crianças, adolescentes, doentes, inválidos, dentre outros.

O Cadastro Geral do Emprego e Desemprego (CAGED) do Ministério do Trabalho divulga mensalmente o emprego formal brasileiro. Isto é com carteira assinada. A recessão brasileira se iniciou no segundo trimestre de 2014. No entanto, o desemprego não aumentou logo. A taxa de desemprego era de 4,7%. Porém, com a recessão prolongada, o desemprego desatou em 2015 e em 2016, continuando no início de 2017, ao recorde histórico em 13,7% da população economicamente ativa. Ou seja, 14,2 milhões de cidadãos em desemprego aberto. Neste ano de 2017, em que a economia já mostra ligeira recuperação, o desemprego ainda está em gangorra. Em janeiro, o número de empregados menos o de desempregados ficou próximo de – 39 mil; em fevereiro, em + 42 mil; em março, em – 63 mil; em abril, em + 60 mil. O emprego formal tem o primeiro resultado positivo desde 2014. A recuperação da economia parece estar dada. Porém, o desemprego é o último a entrar escala crescente, porque custa caro demitir, assim como também é o último para ingressar na recuperação, porque é caro admitir empregados.

Em resumo, há uma recuperação moderada e claudicante da economia. Isto se verifica com a queda continuada da inflação, a redução dos juros básicos, o risco País caindo, a liberação do FGTS das contas inativas e o dólar barato, criando-se um ambiente de continuidade da recuperação. Porém, o desemprego poderá ainda cair e a tendência que só volte a diminuir de forma consistente será no final do ano. Há muito a recuperar. De 2014 para cá houve cerca de 3 milhões de desemprego líquido com carteira assinada.

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