21/05/2017 - SALDO DA CORRUPÇÃO DE CAMPEÃO
Sempre existiu corrupção no Brasil. A carta de Pero Vaz de
Caminha já trazia pedidos ao rei de empregos para parentes e outras benesses. O
problema dela é de grau. No caso nacional, alto grau e vinha crescente. Com a melhor
transparência agora talvez o crescimento econômico retorne com firmeza. A
corrupção permite que o incompetente tome o lugar do competente. Torna a
economia ineficaz e ineficiente.
Atônitos estão os brasileiros por saberem há mais de três
anos, quando se iniciou a operação Lava Jato, que nas empresas estatais se
agigantou um tipo de capitalismo movido à corrupção. Petrobras, Eletrobras,
Nuclebras, BNDES, em obras do PAC, dentre outros grupos de estatais, mais os
poderes constituídos, Executivo e Legislativo, contaminando também parte do
Judiciário, onde cabe consertar e definir regras para sair do embrulho da
corrupção. Portanto, a corrupção tornou-se sistêmica, quando começou o
mensalão. Depois, o petrolão. Depois, João Santana e Mônica Moura, definindo o
ápice do poder. Na semana que se encerrou, estourou o primeiro escândalo (e que
escândalo!) no subsistema BNDES, do ‘campeão nacional’ JBS-FRIBOI. A Folha de
ontem registrou: “De Lula a Aécio, JBS relata propina a 1.829 candidatos
políticos. Montante de quase R$600 milhões, que foi entregue a 28 partidos”.
A JBS começou com uma pequena casa de carnes em Goiás,
mostrando uma dimensão avassaladora de corrupção no Brasil. Tornou-se um grupo
gigante porque alavancou seus negócios com corrupção. Porém, o seu grau de
grandeza se espetaculizou a partir de 2007, no segundo governo de Lula, quando
se acreditava que não mais cresceria, devido ao escândalo do mensalão. Mas,
qual, o referido vírus é tão forte que, até agora, em março de 2017, três anos
das investigações bombásticas da Lava Jato, a corrupção estava no ápice do
poder, desde Lula, a Temer e a Aécio. Voltando a 2007, a receita operacional
líquida do JBS era de R$14,1 bilhões. Em 2016, alcançou R$170 bilhões. O
Ministério Público aceitou fazer acordo de leniência com o citado grupo,
mediante pagamento de R$11 bilhões, praticamente o lucro do grupo de 2016. E o
grupo recusou fazê-lo. Seus donos estão livres em Nova York, depois de
provocarem um “terremoto” no Brasil com as suas delações sobre corrupção,
envolvendo até o presidente da República.
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