05/05/2017 - PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA
Através de
Medida Provisória (MP), o presidente da República, Michel Temer, remeteu ao
Congresso Nacional, o Programa de Regularização Tributária (PGR). De novo só
tem o nome, antes era Refinanciamento de Dívidas Privadas, ou outra
nomenclatura, que não vem ao caso, mas era chamado de REFIS, que se iniciou há
17 anos, em várias edições e com prazos de término. O propósito era de
recuperação de dívidas de grandes empresas, que deixaram de pagar por vários motivos.
Ora por que não consideravam justos os tributos e recorreram à justiça; ora por
que não tinham condições de pagar no momento. Não sem motivo são créditos
públicos duvidosos, acionados pela Procuradoria Geral da União. Ademais, sobre
eles incidem encargos de inadimplência e multas.
No REFIS do
ano 2.000, o primeiro deles, o governo federal só recuperou 2,3% das dívidas,
em cerca de confessados R$2 bilhões. Os restantes, R$72,4 bilhões foram
cancelados, porque as empresas descumpriram as normas do programa original. Em
2003, nova rodada do REFIS foi aberta e no caixa da União só ingressaram R$4,5
bilhões (menos de 10%) do total de R$68,3 bilhões de dívidas inscritas. Em
2009, a terceira versão do REFIS, através de MP, que segundo a delação premiada
do grupo Odebrecht foi comprada com propina aos congressistas, sendo mais da
metade os inscritos cancelados (64%). Dos 36%, 10% ficaram de fora e 26%
liquidaram os acordos. Todos egressos das duas edições anteriores. Claro, as condições foram melhores. Por seu
turno, muitos devedores “cancelados”, empresas de pequeno e médio porte,
disseram que a “crise pegou”. Por isso, tiveram de priorizam pagamentos a
funcionários e fornecedores. Na verdade, muitos ficaram de “lutar!” por
melhores condições. Também, claro, o dinheiro que teria de ser recolhido ficou
como capital de giro ou em aplicações financeiras. O “novo” programa (PGR) já
foi aprovado em comissão congressual e segue em frente para virar lei.
Resumo da
ópera, o PRT ajudará ou se propõe a ajudar, as nove mil companhias
inadimplentes, que hoje concentram R$800 bilhões. Aí se encontram empreiteiras
investigadas pela operação Lava Jato, seus fornecedores e várias empresas
também envolvidas em operações criminosas pela Polícia Federal. Por um lado, a
União tenta recuperar créditos “perdidos”. Por outro lado, principalmente
grandes empresas exercem seu poder de barganha, para ter “perdão” de multas e
de parte dos juros. Mais uma vez, claro, beneficiando-se das altas taxas de
juros do mercado financeiro. Dívida não bota ninguém na cadeia. Mas, propina
bota.
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