19/05/2017 - CONCESSÕES ECONÔMICAS AOS POLÍTICOS
Sempre que um projeto de lei vai ao Congresso Nacional, que
se torna de muito difícil aprovação, o governo federal faz concessões de várias
formas. O projeto em tela é o da reforma da previdência. Primeiro, o governo
retirou os militares, injustificavelmente. Parece até que Temer ainda tem
receio deles, depois de 33 anos. Segundo, retirou os servidores públicos
estaduais e municipais, também sem justificativa. Terceiro reduziu a idade de
aposentadorias para 55 anos, de policiais e professores. Quarto reduziu a idade
das mulheres de aposentadoria para 62 anos e manteve os homens aos 65. Quinto
atendeu as reivindicações dos municípios de parcelar a dívida previdenciária em
200 meses, mediante redução de 80% dos juros, de outros encargos e emprestará
mais R$5,9 bilhões. Sexto atendeu as propostas da bancada ruralista, de mais de
100 membros, de reduzir à alíquota do Funrural para 1,5%. Sétimo atenderá
também as reivindicações da bancada evangélica de cerca de 90 membros. Oitavo
fará refinanciamento dos grandes devedores nacionais. Nono refinanciará também
os Estados, a definir. As ações de negociações ainda continuam. Não se sabe
mais o que virá. O fato é que a desfiguração da reforma previdenciária reduzirá
o propósito do governo de eliminar o déficit previdenciário.
Na democracia brasileira é muito difícil pontuar o melhor
para a maioria. O Congresso Nacional de 35 partidos políticos, sendo 28
atuantes e mais de 52 querendo legenda é uma briga realmente fratricida. Sem contar
que existe um grande lobismo para aprovar medidas provisórias que beneficiem
certos grupos econômicos, à custa de deslavada corrupção.
O fato é que os governos democráticos têm dificuldades de
fazer reforma. Em 1946, o presidente Dutra não emplacou nenhuma. JK também não,
em 1956. Jango queria fazer as reformas de base e sofreu o golpe militar por 21
anos (1964-1984). Sarney conseguiu emplacar a reforma política, com nova
constituição federal. Collor conseguiu as reformas da privatização e da
abertura econômica (1990-1992). Mas, foi afastado por desvios de conduta. FHC
fez reforma monetária, mediante Plano Real, em 1994. Lula não fez reforma
nenhuma (2003-2010). Dilma também não.
(2011-2016). Temer tenta duas delas, a trabalhista e a previdenciária. Para
isto, está fazendo as concessões a olhos vistos. Perante as atuais denúncias,
não se sabe se ele fica. Porém, se sabe que as citadas reformas dele ficaram
mais difíceis.
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