23/10/2016 - CAPITALISMO DE ENCOMENDA
A agência internacional de risco Moody’s melhorou o rating da
Petrobras, passando sua nota de B3 para B2, avaliando que a empresa tem menor
risco de liquidez e perspectivas de melhorar o desempenho operacional da
companhia no longo prazo. A mesma visão é para um país ou região. Ao mesmo
tempo, a projeção dos ratings foi alterada de negativa para estável. A Moody’s
informou que as ações da petroleira apresentarão grandes ganhos, visto que está
bem administrada, perante melhores ganhos do Brasil, nos últimos meses, no
ambiente regulatório. Este é um melhor sentimento dos mercados, segundo ela. O
capitalismo é de encomenda porque mostra a indicação que quer para um país,
região ou cidade. Se os agentes econômicos estão contra. Ele pune. Tal como faz
agora a Moody’s, baseada em Nova York. Todas as agências de risco agem assim,
tal como a Fitch e a Standard & Poor’s. A maioria delas de Nova York,
centro do capitalismo. A regra de ouro, bastante óbvia, é de que o capital vai
onde é maior a taxa de lucro.
O Brasil passa por uma encomenda de retorno ao
crescimento capitalista. A explicação é de que o capital só caminha para a
eficiência. Não tem bondade. Veja-se o caso da África subsaariana.
Subliminarmente, os capitalistas estão contra o chamado Fórum
de São Paulo, reunião de um conjunto de países que fizeram um acordo, desde
1990, para implantar o capitalismo de Estado na América Latina, sendo Lula o
principal participante do referido Fórum. Eleito, Lula driblou o capitalismo
central, fazendo carta aos Brasileiros, em 2002, dizendo que iria respeitar os
contratos, conforme realizou. Em 2009, o presidente americano, Barack Obama,
chegou a dizer que Lula era “o cara”. Porém, também em 2009, perante a maior
crise do capitalismo mundial, depois da Grande Depressão, de 1929, Lula e o PT,
mostraram a que vieram. Ou seja, criaram 41 estatais, e tentaram com a mediação
de decreto de Dilma, instituir os Conselhos Regionais, para administrar o País,
tal como acontece em Cuba, Venezuela, em outros países da América Central,
sendo uma tentativa de partido único, que foi barrada no Congresso Nacional.
Depois de 2010, quando se esgotaram os incentivos fiscais,
financeiros e materiais, Dilma forçou a barra de continuar no modelo de consumo
e de querer discriminar a maior parte do grande capital, quando escolheu empresas
“campeãs nacionais” para receber créditos subsidiados do BNDES, deixando outros
capitalistas à margem. O grande capital majoritário aqui recuou e contribuiu
para a recessão atual. Porém, a grande recessão ocorreu principalmente pela
incapacidade da presidente Dilma, em administrar a economia e em dividir também
a classe política. Do caos que instalou, há uma tênue esperança de que Temer
faça a transição para País retomar o ciclo de crescimento econômico. Enfim,
adicione-se aos grandes esquemas de corrupção montados, para comprar apoios na
ordem estabelecida, desde o “mensalão”, operação Lava Jato, escândalo no setor
Elétrico, operação Delotes (fraudes no imposto de renda), que estão dando um
trabalho danado para serem desmontados e empurraram o País para a maior
recessão da história. Trata-se de várias páginas da história para serem
superadas.
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