15/10/2016 - DÉFICIT DIFÍCIL DE REVERTER
A meta oficial de execução orçamentária permite um resultado
negativo de até R$170,5 bilhões em 2016. Em 2015 houve déficit primário de
R$112 bilhões. Em 2014 houve déficit primário de R$35 bilhões. Para 2017 o
projeto do orçamento público é do quarto déficit consecutivo de R$139 bilhões.
Vários analistas do mercado financeiro, consultados pelo Ministério da Fazenda,
pela pesquisa mensal denominada de Prisma Fiscal, acreditam que o buraco será
maior em 2017, de R$145,4 bilhões. Este é o segundo mês seguido que os citados
analistas se referem a rombo crescente. No mês passado era de R$140,2 bilhões.
Entretanto, as expectativas deles para este ano é de que o déficit seja de
R$159,9 bilhões, ante a previsão do mês anterior de R$160,4 bilhões. Eles
acreditam que houve uma pequena melhora no quadro fiscal.
A aprovação da PEC 241, neste exercício, é indispensável para
que o Brasil possa restabelecer a confiança das forças produtivas, retornando o
crescimento. Já está aberta a janela de redução da taxa SELIC ainda neste ano,
visto que a inflação vem cedendo aos poucos desde o início do ano. Além de
recuo dos preços dos alimentos, a Petrobras também reduziu os preços dos
combustíveis, na tentativa de alterá-los, conforme a prática internacional de
preços. Mas, só reduziu 3%. O barril do petróleo já esteve acima de US$100.00 e
hoje está em menos da metade. Ao aproveitar-se do diferencial de preços, a
Petrobras já recuperou mais de R$40 bilhões, dos R$60 bilhões que tinha
perdido, quando da manipulação dos preços para baixo, no governo Dilma, quando
houve elevação dos preços mundiais do barril. Ademais, o risco do País tem caído,
abrindo mais confiança dos investidores internacionais.
A PEC 241, sem a reforma da Previdência, cujo projeto o
governo pretende aprovar em 2017, para vigorar de 2018 em diante, um embate
muito difícil, somente vai permitir ao governo que freie os gastos de 50% do
orçamento. As despesas previdenciárias têm crescido há décadas acima da
inflação. O próprio déficit governamental é composto de 90% dos gastos da
Previdência. Portanto, já no ano que vem o governo terá que cortar de outras
áreas, inclusive no aumento real do salário mínimo, em educação, saúde,
investimentos de infraestrutura, cortes estes que prejudicam a retomada
econômica.
Antes de viajar ontem para a Índia, o presidente Michel Temer
aduziu ao fato de que a PEC poderá ser alterada nos próximos quatro ou cinco
anos. É o reconhecimento de que irá afetar salários e gastos sociais. O fato é
que o governo não poderá deixar também de contar com tributos. Espera-se R$50
bilhões, no mínimo, com a lei de repatriação de ativos, que se encerra no final
do mês. Comenta-se também no aumento de receitas pela legalização de jogos,
impostos sobre grandes fortunas, sobre doações e há até mesmo quem defenda a
volta da CPMF.
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