20/10/2016 - LENTO INÍCIO DE BAIXA DA TAXA DE JUROS




A teoria econômica analisa que os mercados produtivo e financeiro reagem à taxa de juros de forma inversa. Ou seja, se os juros básicos da economia se elevam, a economia desaquece e pode chegar à recessão; se os juros caem, a economia se aquece e volta ao crescimento econômico. Porém, uma regra básica se tem seguido: os juros sobem ou descem de forma discreta. Em hipótese alguma, de forma abrupta. Foi este um dos piores enganos da presidente Dilma e da sua equipe econômica, sobre seu comando direto, quando iniciou o governo com o propósito de baixar rápida a taxa básica de juros, a SELIC, visando obter melhores taxas de crescimento econômico, já que o presidente Lula deixou o PIB crescendo 7,5%, em 2010. Em 2011, o governo Dilma percebeu que a taxa de incremento iria cair, não obstante obtivesse 3,9%, naquele ano, comandando o Banco Central para baixar a SELIC ‘rapidamente’. Os erros começaram em série por um ano. A SELIC caiu 5 pontos, de 11,25% até 7,25% anuais. Esta a menor taxa SELIC da história. Aconteceu o contrário do esperado. Os agentes econômicos ficaram receosos (também por erros de outras ordens) e reduziram investimentos. O PIB de 2012 cresceu apenas 1,9%. Exatamente há quatro anos houve reinício do ciclo de alta da taxa SELIC. O PIB de 2013 se elevou em 3%. Mas, em 2014, estagnou-se em 0,1%. A SELIC continuava subindo. Em 2015, a forte recessão de – 3,8.  Daí, a SELIC ficou altíssima por longo tempo em 14,25%. Quer dizer, da queda de 5 pontos referida, em um ano, teve de subir 7 pontos, em quatro anos. Em 2016, a recessão prevista por analistas é de – 3,2%. No entanto, a inflação recuou, paulatinamente, do final de 2015, de 10,7%, estando agora em 8,5%, sendo esperada pelo governo que feche em 7% nestes 2016. Dessa forma, mediante a maior cautela, a reunião de ontem do Comitê de Política Monetária reduziu a SELIC em 0,25%, acenando com pequenas reduções doravante. Isto é, inicio-se lento ciclo de baixa.

Face ao exposto, está o governo trilhando, depois de quatro anos, o lento caminho de recuperação da economia, via baixa taxa de juros. Não só a inflação lentamente em queda foi o motivo, mas também somou a possível aprovação da PEC 241, aquela do teto para os gastos públicos, que é a direção para completar-se o ajuste fiscal.

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