02-10-2016 - DESEMPREGO É HERANÇA MALDITA




Os números ruins que continuam a serem divulgados levou ao presidente Michel Temer a referir-se a herança maldita herdada da ex-presidente Dilma, do desemprego de 12 milhões de cidadãos, perante uma força de trabalho de 102 milhões de pessoas. Foi o pior resultado de agosto da série da PNAD Contínua, iniciada em 2012, pelo IBGE. Bateu em 11,8% da população economicamente ativa, correspondentes a um incremento de 36,6%, perante agosto de 2015. O menor resultado serial de 6,5% foi até recente, no trimestre setembro-novembro de 2015. O professor de economia, Márcio Camargo, da PUC-Rio, em entrevista ao canal de televisão Globo News, no dia 30, passado, afirma que, mesmo que a economia esteja se recuperando, conforme acreditam analistas brasileiros e o próprio FMI, a taxa de desemprego ainda se elevará até o primeiro trimestre de 2017. No trimestre encerrado em agosto, a força de trabalho cresceu 1,2% em um ano, enquanto vinha crescendo a 2% em trimestres anteriores. A população cresceu 1,3% no período em referência. Técnicos do IBGE diagnosticaram haver um processo de “desalento” entre os trabalhadores. Em resumo, a confiança das forças produtivas tem melhorado, em contraste com a falta de “humor” da força de trabalho, vez que o desemprego ainda cresce.

A face da contabilidade nacional traz, conforme editorial do jornal A Tarde, de ontem, intitulado “Origem de todo o mal”, em seu primeiro parágrafo: “As contas do governo federal estavam muito ruins. Pois pioraram. O déficit registrado em agosto último atingiu R$20,3 bilhões, o pior resultado para o mês desde que o indicador começou a ser medido, em 1997. É um salto de 268,9% se comparado com igual período de 2015, já descontada a inflação. Nos primeiros oito meses de 2016 o buraco é de R$71,4 bilhões, uma enormidade ainda maior quando cotejado com o déficit de R$13,9 bilhões registrado entre janeiro e agosto do ano passado. O descontrole da Previdência Social é o maior desempenho das contas públicas, agravado pela queda na arrecadação, produto da maior recessão econômica do País, uma consequência de equívocos patrocinados pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, sob os olhares cúmplices da ex-presidente Dilma Rousseff”.

O problema todo foi causado por uma gestão petista, dilmista, não comandada pelos lulistas, que tinham jogo de cintura, para compreender que “é a economia, estúpido”, frase consagrada do líder do partido democrata James Carville, dos Estados Unidos, para não perder uma eleição, como Bill Clinton, presidente de 1993, que perdeu em 1996. Aprendeu a lição e ganhou a de 2001. Ou seja, não se pode querer gerar privilégios para uma pequena minoria do grande capital, enquanto o maior segmento se sente discriminado e não investe, até desinveste e leva a saída de seus contraditórios do poder. Além disto, a generalização da corrupção em obras públicas aflorou o despudor que fere a competitividade, flor maior do capitalismo.

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