18/10/2016 - JUSTIÇA CARA E INEFICIENTE
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou a público que
o Judiciário brasileiro tem custo anual de R$79,2 bilhões ao País em 2015. O
valor representa 1,3% do PIB. Os dados estão no relatório anual do CNJ, Justiça
em Números. A análise envolveu a situação nas esferas federal, estadual,
eleitoral, militar, trabalhista e os tribunais superiores, ficando de fora o
Supremo Tribunal Federal, que está na hierarquia acima do CNJ. Pela primeira
vez se soube quanto custou cada juiz, em média, em 2015, R$46 mil por mês; cada
servidor, R$12 mil; funcionário terceirizado, R$3,4 mil. Os custos com pessoal
consomem 89% da verba do Judiciário. Ademais, apresentou-se o cálculo de quanto
cada cidadão, em média, R$387,56 para manter os serviços da Justiça. Além de
cara é ineficiente. Um processo em média demora mais de dois anos. Mas, é na
execução que demora, mais de cinco anos. Temos quatro instâncias e uma infinidade de possibilidades de recursos.
A Justiça brasileira precisaria de 3 anos para que o estoque
de processos em tramitação no País fosse zerado, sem que ingresso novo
processo. Entre 2009 a 2015 houve elevação de 19,4% no estoque de processos. O
total até 2015 era de 73,9 milhões. O estudo mostra que desde 2010 houve queda
de 9,5% no número de processos. O numero de processos finalizados foi de 28,5 milhões.
Pela primeira vez desde 2010 o Judiciário conseguiu resolver um número maior de
casos superior ao número de ingresso de ações. Porém, o número de pendências
continuou subindo, visto que muitos dos casos finalizados voltaram a tramitar
por alguma razão.
Das ações novas, 56% chegaram por meio eletrônico, superando
pela primeira vez aquelas que foram propostas em papel. Cada juiz, em média,
ficou responsável para solucionar 6.577 casos e conseguiu resolver 1760. Ou
seja, 7,3 por dia em 2015. Quem causa o maior congestionamento é a execução
fiscal. Foram 39% dos casos que ficaram pendentes de baixa. A taxa de
congestionamento de cobrança tributária é de 92%, enquanto a média é de 72%. O
congestionamento representa acúmulos de anos anteriores. O número médio de conciliações
foi de 11% das sentenças, resultando em 2,9 milhões de processos finalizados. A
Justiça trabalhista é a que mais faz acordos, por volta de 25% das causas,
enquanto na Justiça federal é de 3%.
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