28/02/2016 - INFLAÇÃO DESACELERA
Menos mal, a inflação desacelera.
Porém, continua o mal da recessão e do consequente desemprego. A contribuição
da piora do mercado de trabalho no processo de desaceleração inflacionária é
fato. Os preços não poderão crescer tanto, visto que a demanda estará sendo
reprimida por queda persistente na renda dos brasileiros. Por outro lado, o
reajuste dos salários vem agravando ainda mais o desemprego. O último aumento
do salário mínimo foi de 11,6%. O encarecimento da mão de obra força os
capitalistas a poupar trabalho ou maximizar o seu uso. Pesquisadores da
Fundação Getúlio Vargas projetam uma taxa de desemprego de 12% neste ano. O
Banco Itaú estima 13% de desocupados em 2017. Há praticamente unanimidade de
que a inflação atingiu seu pico no ano passado, quando atingiu 10,7%. Para este
ano, 120 analistas financeiros consultados semanalmente pelo Banco Central,
projetam a inflação deste ano entre 7% a 8% e em 2017 seria ainda menor,
convergindo para o teto da meta de 6,5%. A teoria econômica é clara, quando a inflação
cai de forma persistente, o crescimento econômico também lentamente retornará.
Em curso no País estão
investigações da operação Lava-Jato há dois anos, tendo em vista moralizar
contratos de empreiteiras com a Petrobras e, quem sabe, para o rol das obras
públicas em geral, além da operação Zelotes, acerca de compra de pareceres
perante a Receita Federal, cujas empresas procuraram pagar menos imposto de
renda e fugir de multas. Saindo a corrupção dos contratos, os preços não
deverão ser inflados e deverão contribuir para menor taxa inflacionária. Os
acordos de leniência irão resgatar as 29 maiores empreiteiras do País, que
poderão voltar a contratar com o serviço público. Doravante poderão ser
adotadas fórmulas anticorrupção. A principal delas é a adoção do modelo de
performance bond, que vigora nos Estados Unidos desde 1897. O modelo acaba com
a relação direta entre agentes públicos e as empreiteiras, ao colocar uma
seguradora para intermediar essa conexão. A seguradora garante que a obra seja
realizada nos prazos corretos, sem aditamentos, sem atrasos nem problemas de
qualidade. A seguradora fiscaliza de perto o contrato e com rigor. As
investigações em curso têm como objetivos acabar com o “capitalismo de
compadres”. Isto é, evitará a atuação de cartéis e a economia se torna
eficiente, como deve ser. A recessão de agora muito foi puxada pelo esquema da
descoberta de corrupção nos contratos das empreiteiras com a Petrobras. Dois
anos de recessão tem sido o preço, ainda com elevada inflação. Porém, o País se
prepara para reverter o quadro e terminar logo de chegar-se ao fundo do poço,
previsto para meados deste ano. Sem dúvida, a recessão começou em meados de
2014 e poderá acabar após dois anos. Quiçá o governo caia na real e proponha
uma agenda de reformas estruturais.
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