04/02/2016 - ACEITAS AÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A PETROBRAS
A justiça americana aceitou um
conjunto de ações (class action lawsuit), impetrado pelos acionistas
estrangeiros contra a Petrobras. Trata-se de acionistas que compraram ações na
bolsa de Nova York e que perderam muitos bilhões de dólares, após os escândalos
de corrupção, que estão sendo investigados pela Polícia Federal, na operação Lava-Jato,
em processo de demolição da estatal e da cadeia de empresas que a cercam, tais
como grandes empreiteiras, fornecedores e no plano de negócios da Petrobras. A
estatal é acusada de não seguir as regras da Comissão de Valores Mobiliários
dos EUA, omitindo informações. O julgamento está previsto para maio. A
Petrobras já avisou aos acionistas que irá recorrer da decisão, antecipando-se
ao julgamento. O valor atribuído às ações coletivas referidas nos Estados
Unidos é de US$93 bilhões. Os juízes americanos costumam ser muito severos com
aquelas empresas que praticam falcatruas na bolsa de Nova York. Até hoje
nenhuma empresa deixou de fazer acordo judicial, evitando pagar quantia
insuportável. No geral, os acordos têm sido feitos por volta de 20% do valor
fixado. Quer dizer, no caso, US$18,6 bilhões. Se não for feito o acordo a
Petrobras poderá desaparecer. Se feito o acordo, a Petrobras ficará ainda menor
do que tem sido hoje, estimada em menos de US$100 bilhões, valor ainda
especulativo do que estará sobrando, após as liquidações de ativos e passivos.
Em meados do ano 2.000, o governo
federal resolveu capitalizar a Petrobras, mediante permissão do uso do FGTS dos
trabalhadores, na compra de ações da estatal, sendo descontados 20% do valor
das ações ordinárias adquiridas. Foram liberados do FGTS R$3,1 bilhões. Cada
trabalhador poderia sacar até 50% para compra das referidas ações do capital.
Parecia um bom negócio, já que o FGTS rende somente 3% de juros anuais, mais a
Taxa Referencial (TR), geralmente está última de valor bem pequeno (menos de
1%). Por exemplo, uma aplicação de R$10 mil valia R$160 mil, em meados de 2008,
no auge do rendimento. Isto é, 16 vezes mais ou 1.600%, em oito anos. Qualquer
trabalhador poderia resgatar o seu saldo. Quem o fez realizou excelente
negócio. Naquela época, o Brasil estava explorando também petróleo na área do
pré-sal e Hugo Chávez, em visita ao Brasil, disse que iria ver o País, além de
autossuficiente, seria exportador de petróleo e faria parte da OPEP. Ora, muita
gente ficou com os ovos de ouro da galinha encantada. Fizeram mal negócio. Hoje
a aplicação de R$10 mil valeria R$18 mil, quase 10% do valor de 2008. Aliás, o
valor das ações da Petrobras, negociadas em bolsa de valores está em menos de
10% do seu valor de face e ainda não acabaram as investigações da operação
Lava-Jato.
O Ministério Público (MP) está
tendo muito trabalho no Brasil, sendo a Petrobras o olho do furacão. O MP
informou que houve 129 atos de corrupção passiva entre 2004 a 2011, além de 684
atos de lavagem de dinheiro entre 2005 e 2014. Entretanto, não informou o
quanto corresponde a Petrobras, a qual ainda terá “n” desdobramentos.
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